Do site da bancada de vereadores do PT/SP
O terceiro turno (também conhecido como “turno da fome”) nas escolas municipais de São Paulo vai continuar funcionando pelo menos até 2012. É o que revela matéria do Jornal da Tarde publicada na edição de hoje.
A eliminação desse turno, que funciona entre 11 e 15 horas, com uma hora a menos de estudo, vem sendo prometido há vários anos pela gestão PSDB/DEM e é mais um compromisso de campanha do prefeito Gilberto Kassab que não está sendo cumprido. Leia a seguir a matéria do JT:
Turno da fome: fim fica só na promessa
São Paulo vai começar o ano letivo com 39 escolas municipais em que crianças têm aulas apenas no horário de almoço, entre 11h e 15 h, com uma hora a menos de estudo. O terceiro turno, também chamado de turno da fome, será mantido pelo menos até o fim de 2012. Uma das principais promessas de campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM), a extinção desse período escolar vem sendo prometida desde 2008.
Criticado pelos educadores, o terceiro turno foi criado há cerca de 30 anos como uma forma de atender à demanda municipal. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, neste ano 16.409 alunos vão ter de estudar no horário do almoço.
Há um ano, em janeiro do ano passado, Kassab chegou a dizer à reportagem que a solução para o turno da fome ficaria para 2011 (leia mais ao lado). Agora, mais novas promessas. “Acabar com o terceiro turno continua sendo uma de nossas prioridades e nós vamos trabalhar até o último dia da gestão para acabar de vez com esse problema”, diz o secretário de Educação, Alexandre Schneider.
Segundo a pasta, até 2005, o número de escolas de ensino fundamental com o turno da fome só aumentou, atingindo 70% da rede. Atualmente, as 39 escolas que ainda oferecerem o período representam 7% do total. “Para resolver um problema histórico e arraigado, como é o caso das escolas de três turnos, é preciso estabelecer metas ousadas e foi isso que fizemos”, justifica Schneider.
Em nota, a secretaria afirmou que “construiu novas escolas, ampliou unidades existentes, reestruturou a carreira dos professores e alterou a grade curricular”, com o objetivo de oferecer a todos os alunos cinco horas de aula diárias. A secretaria ainda afirma que, das 50 escolas previstas para serem construídas, 8 foram entregues. As outras estão em fases variadas – desde a desapropriação do terreno até a etapa de obras. A pasta ressalta a dificuldade em encontrar terrenos adequados.
Educadores criticam a continuidade do turno da fome na rede municipal. Para a educadora Silvia Colello, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), o aluno é prejudicado. “É uma situação provisória que permanece. Dessa forma, não se respeita o ritmo biológico da criança. Não é só a questão da alimentação, já que esse é o horário do almoço, mas de motivação.”
Diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz ressalta que o turno da fome oferece menos tempo de aula. “Quanto mais exposição à aprendizagem, melhor para a criança. Isso tem de acabar urgentemente”, defende.
Alunos que já estudaram no turno da fome sentem-se prejudicados. “Eu perdia a manhã e a tarde”, conta Regina Andrade, de 15 anos. “Gosto de estudar pela manhã. Não suportava esse horário”, lembra o irmão dela, Willian Andrade, de 10 anos.
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