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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

GOVERNADOR DE SP QUER NEGOCIAR COM DILMA ESTE MÊS

Autor(es): Cristiane Agostine | De São Paulo
Valor Econômico - 12/01/2011

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), desconversou ontem sobre a eventual venda da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) para o governo federal e afirmou que a prioridade de sua gestão será negociar o aumento do prazo de concessão de usinas da estatal. O tucano espera conversar com auxiliares da presidente Dilma Rousseff ainda neste mês sobre a situação da empresa.

"Não tem nada definido", desconversou Alckmin, ao ser questionado sobre a venda da Cesp. "Primeiro vamos discutir a renovação da concessão", afirmou. A concessão de duas das maiores usinas da empresa, Jupiá e Ilha Solteira, acaba em 2015. Ontem, o jornal "Folha de S.Paulo" informou que o governo paulista estuda a possibilidade de vender a Cesp para Furnas, empresa controlada pela Eletrobrás, que pertence à União. Nos bastidores, a negociação é vista como uma boa bandeira para o governador de São Paulo aproximar-se de Dilma. O governador paulista tem dito que espera manter boas relações com o Planalto.

O secretário de Energia, José Anibal, no entanto, disse ontem que a venda da Cesp para o governo federal é "uma hipótese" estudada pela gestão Alckmin. Anibal ponderou que existem "outras possibilidades" para a estatal, como vender a Cesp para empresas privadas, caso o prazo de concessão seja aumentado. O secretário disse que não há "ansiedade" do governo para privatizar a estatal.

Segundo Anibal, uma das hipóteses cogitadas pelo governo paulista seria a venda ser feita nos mesmos moldes do banco Nossa Caixa, pela gestão anterior, de José Serra (PSDB), ao Banco do Brasil.

Se confirmada essa possibilidade, a venda da estatal para o governo federal representaria um aceno de Alckmin ao governo federal. Em seu mandato anterior, Alckmin teve uma relação conflituosa com a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Neste ano, quando tomou posse, o tucano fez um discurso conciliador, demonstrando interesse em fazer mais parcerias com o governo da presidente Dilma.

No governo Alckmin, a Cesp é presidida por Mauro Arce, que já ocupou o cargo de secretário de Energia no governo de Mário Covas (PSDB), e de Transportes na gestão de José Serra (PSDB). Arce já foi presidente da Sabespe diretor da própria Cesp . Quando assumiu o posto, o presidente da estatal disse que privatização da companhia só seria discutida após a definição sobre a renovação das concessões.

O governo Serra cogitou vender a Cesp em uma operação de federalização semelhante à de Nossa Caixa e Banco do Brasil, em que a Eletrobrás assumiria o controle da Cesp. A estatal federal de energia poderia formar um consórcio com Furnas e empresas privadas. Na época, o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão (PMDB), negou a hipótese e disse que a Eletrobras só entraria em licitações e concorrências para geração de energia nova.

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