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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

ALCKMIN BUSCA MAIS PROXIMIDADE COM PLANALTO



No seu discurso de posse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reconhece os avanços do governo Lula para São Paulo e propõe diálogo e parceria com a presidenta Dilma

Autor(es): Fernando Taquari e João Villaverde | De São Paulo
Valor Econômico - 03/01/2011


Os avanços sociais e econômicos dos oito anos de governo Luiz Inácio Lula da Silva deixaram algumas marcas no PSDB paulista e devem nortear a atuação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nos próximos quatro anos. Em um pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, após ser empossado na Assembleia Legislativa, o tucano deu atenção especial às políticas sociais, defendeu o Estado como indutor do desenvolvimento e propôs parcerias com a presidente Dilma Rousseff.

discurso adotado no sábado, que atende a tese de refundação do PSDB, é bem diferente do realizado pelo próprio Alckmin, em 2003, quando ele também foi empossado para o cargo de governador. Na ocasião, o tucano despontava como potencial candidato à Presidência nas eleições de 2006 e vislumbrava a necessidade de São Paulo promover um ajuste fiscal, com maior participação da iniciativa privada na economia.

Não foi feito nenhum aceno de cooperação com o então presidente Lula. Alckmin, ao contrário, apenas colocou São Paulo na condição de expoente dos destinos do Brasil. Desta vez, no entanto, adotou um tom conciliatório. "São Paulo é a síntese do trabalho em favor do Brasil e esse será o espírito e o fio condutor do meu governo. Neste sentido, vamos ter com a presidente Dilma a melhor das relações", disse.

Em 2007, ao tomar posse como governador, José Serra (PSDB) aspirava a possibilidade de disputar o Palácio do Planalto em 2010 e também não tentou nenhum tipo de aproximação com Lula. Com diversas críticas à política econômica do governo federal, Serra fez um discurso de afirmação e intimou a oposição a ter um papel mais ativo.

Apesar de pregar a inovação, Alckmin também defendeu no pronunciamento o legado do PSDB e fez uma série de elogios a Serra e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Com as declarações, o governador tenta mostrar que o partido está unido em meio às discussões sobre refundação.

"Volto ao governo na condição de construtor e, ao mesmo tempo, herdeiro de um modelo de gestão consolidado ao longo de diversas experiências administrativas que o PSDB teve em nosso país". Segundo o governador, FHC mudou o Brasil ao assentar as bases políticas e econômicas que propiciaram o desenvolvimento. Já Serra foi classificado como uma grande liderança nacional, com compromisso inarredável com a ética.

O ex-governador, aliás, passou os 23 minutos do discurso de Alckmin se dividindo em duas tarefas. Procurou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), sentado ao seu lado, para conversar, e roeu unhas por mais de cinco minutos consecutivos. A dinâmica só foi interrompida uma vez, quando FHC sugeriu que Serra levantasse para receber os aplausos do auditório lotado.

No discurso, Alckmin acabara de reverenciar a gestão de Serra à frente do Estado, quando as pessoas começaram a aplaudir. FHC virou-se para Serra e falou "levanta". Serra olhou para o ex-presidente e respondeu seco: "não vou". O ex-presidente, então, reforçou a sugestão "levanta, Serra, levanta". O ex-governador se levantou, o auditório aplaudiu entusiasticamente, e a cerimônia continuou.

Alckmin ainda dedicou uma atenção especial às questões sociais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Assumiu o compromisso de melhorar o atendimento nos hospitais, fortalecer o ensino técnico e tecnológico e construir mais casas populares, além de urbanizar as favelas. "Ao Estado cabe fomentar e oferecer instrumentos que propiciem o dinamismo que queremos para São Paulo. É esse o Estado indutor do desenvolvimento, que cumpre seu papel", afirmou.

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