Da Folha de S. Paulo
Senador será o candidato petista ao governo de SP
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao pedir que o senador Eduardo Suplicy retirasse sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, a direção do PT no Estado oficializou ontem o nome do também senador Aloizio Mercadante para a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
Suplicy se reuniu na manhã de ontem com a executiva estadual do partido. Ouviu o pedido unânime para que desistisse em favor de Mercadante. O principal argumento foi o prejuízo que o prolongamento de um impasse no maior Estado do país causaria à candidatura de Dilma Rousseff ao Planalto.
"Como ser candidato quando a cúpula de um partido diz por unanimidade que não o quer?", desabafou Suplicy à tarde.
A pesquisa Datafolha para o governo de São Paulo, divulgada ontem, mostrou Suplicy à frente de Mercadante, com 19% de intenções de voto contra 13%. O pré-candidato tucano Geraldo Alckmin é o favorito, com 53%.
O PT estadual insistiu na importância de repetir o candidato ao governo estadual. Em 2006, Mercadante chegou a 32% dos votos válidos.
"Teve o melhor resultado eleitoral de nossa história", disse o presidente do PT-SP, Edinho Silva. Mercadante também é o candidato preferido do presidente Lula.
O partido planeja lançar oficialmente a candidatura do senador no final de abril.
Apesar de Mercadante não confirmar nem negar oficialmente a candidatura, a definição resolve um imbróglio na escolha da chapa petista, instalado desde que o nome do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) foi lançado, no ano passado, como alternativa para encabeçar uma chapa antitucana. Ciro chegou a trocar seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo, para viabilizar uma candidatura ao governo paulista.
Ontem, via Twitter, Mercadante se disse "muito sensibilizado" com os "apoios recebidos". Citou o gesto de Suplicy e também do prefeito de Osasco, Emidio de Souza, que desistiu da candidatura há pouco mais de uma semana.
A direção do PT de São Paulo trabalha agora para consolidar as alianças partidárias, das quais vai tirar o nome do vice-candidato e a segunda vaga para o Senado -uma fica com a ex-ministra Marta Suplicy. Outro nome ao senado é o cantor Netinho de Paula, do PC do B.
Em especial, o PT trabalha, e deve esperar mais algumas semanas, para ter o apoio do PSB e do PP já no primeiro turno. "Respeitamos o desejo dos partidos de ter candidatura própria", afirmou Edinho, em referência à aspiração de presidente da Fiesp, Paulo Skaf, de ser candidato pelo PSB. O principal líder do PP no Estado, Paulo Maluf, também afirmou que o partido terá candidato próprio.
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