Blog do Diretório Zonal da Freguesia do Ó e Brasilândia do Partido dos Trabalhadores na Cidade de São Paulo - SP

domingo, 14 de março de 2010

MERCADANTE COM PAULO SKAF, MARTA COM CHALITA

Da revista Carta Capital

Celso Marcondes (Colunista da revista Carta Capital


A direção do Partido dos Trabalhadores de São Paulo se não está à beira de um ataque de nervos, já teve o ataque. Também pudera. Desde 1982, data que marcou a primeira participação do partido - e do povo no período da redemocratização - em pleitos estaduais, o PT define seu candidato ao governo do Estado com razoável antecedência e põe seu bloco na rua antes que os concorrentes. Começou com Luiz Inácio Lula da Silva, depois se sucederam Eduardo Suplicy (86), Plínio de Arruda Sampaio (90), José Dirceu (94), Marta Suplicy (98), José Genoino (2002) e Aloizio Mercadante, há quatro anos. Sempre candidatos próprios, sempre derrotados nas urnas, mas com votação nitidamente ascendente, eleição a eleição.

Em 2010 o ritmo é outro e é possível que José Serra – criticado pela lentidão na definição - se declare candidato à presidência antes que o PT informe quem será o seu nome para governador de São Paulo.

Isso ocorre por conta das incertezas a respeito dos caminhos do deputado Ciro Gomes. Desde que seu nome foi aventado pelo presidente Lula para disputar as eleições paulistas, o suspense ficou no ar, inquietando sobremaneira os dirigentes petistas de todas as alas internas. Como Ciro não cessa de informar que prefere disputar as eleições presidenciais, mas não descarta a “remotíssima possibilidade“ de encarar São Paulo, a inquietação prossegue.

Mas há sinais claros de que a paciência do PT paulista caminha para o esgotamento. Nas inserções que o partido coloca no ar a partir de hoje na TV, utilizando o horário gratuito do TRE no estado, quatro destaques aparecem: Lula, Dilma Rousseff, Mercadante e Marta, sintoma evidente de que prospera a articulação para que o senador assuma a candidatura ao governo e Marta ao Senado – caso Ciro, como se espera, informe em breve que prefere manter a disputa pelo Planalto.

Mas essa não é a novidade. O que pode causar estranhamento para muita gente é o que resultar do acerto de eventuais coligações com PSB e PC do B, ao redor de Mercadante.

Está em cogitação - não sem resistências - dentro do PT que Paulo Skaf, presidente da FIESP, seja o candidato à vice e que o vereador Gabriel Chalita ou o vereador Netinho de Paula ocupem o espaço da candidatura à outra vaga ao Senado. Os dois primeiros aderiram recentemente ao PSB e Netinho ao PC do B.
Os três fizeram as opções partidárias com nítidos interesses, querem concorrer em 2010. Porém, se seus partidos acertarem a coligação com o PT - ainda uma hipótese –, não será nada fácil acomodá-los na composição final. O industrial Skaf sempre pareceu almejar a candidatura ao governo, não à vice. O vereador, professor e escritor de inúmeros livros de auto-ajuda Chalita, quer o Senado, mas o vereador e cantor Netinho também quer. Ou seja, 5 nomes para 4 vagas.

Portanto, na hipótese de Ciro não assumir e os três partidos, mesmo assim, fecharem um acordo, poderíamos ver uma chapa Mercadante governador, Skaf vice, Marta e Chalita (ou Netinho) senadores. Para quem conhecia a relação dos petistas com os eventuais novos aliados, uma composição, digamos, no mínimo curiosa. Ou será que não?

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