Blog do Diretório Zonal da Freguesia do Ó e Brasilândia do Partido dos Trabalhadores na Cidade de São Paulo - SP

quarta-feira, 17 de março de 2010

REGIÃO EM DEBATE - O CENTRO DE JUVENTUDE DA CACHOEIRINHA


CENTRO DE JUVENTUDE FAZ 4 ANOS, MAS CONTINUA FECHADO EM SI MESMO

Texto publicado no Jornal de bairro "Freguesia News", Edição 989 de 12/03 a 18/03/2010. Não tem assinatura e está na primeira página

O Centro de Juventude Ruth Cardoso é uma conquista do bairro de V. N. Cachoeirinha, mas não foi fácil chegar até ele.
Iniciado pelo então prefeito Jânio Quadros (1986-1988) a obra era destinada a ser um mercado municipal. Problemas com empreiteiras, planos econômicos etc. paralisaram a obra por quase 20 anos. Foi concretizada, efetivamente, pelo então prefeito José Serra, que atendendo aos políticos locais visitou o local e se comprometeu com eles, quando em campanha eleitoral, a dar uma destinação final a obra e o fez.
Antes disto, artistas do bairro, liderados por Tiquinho Brasil, com o apoio deste jornal, iniciou na década de 90, um movimento para que a obra fosse retomada e que a destinação fosse mudada para atender a demanda cultural local. Outras entidades e lideranças locais também batalharam pela retomada da obra, levando ao local até mesmo a Rede Globo ao local, mas nada adiantou.
Passaram pela prefeitura, Luiza Erundina e Celso Pitta sem que nada acontecesse - o prédio permaneceu abandonado, servindo como refúgio de ladrões que agiam no centro do bairro e para consumo de drogas e outras ilicitudes. No início da gestão Marta Suplicy, graças ao esforço pessoal da então subprefeita Márcia Barral, foi desfeito o nó jurídico que envolvia a obra e, acatando a sugestão do movimento que teve neste jornal o seu porta voz, ela deu destinação cultural ao espaço, e mais nada de concreto aconteceu.
Posteriormente, outro subprefeito, Dr. Alberto Calvo, também por esforço próprio, dstnou recurso do orçamento participativo para a retomada da obra, mas este não foi suficiente nem para fazer o teto, ficou apenas na estrutura.
Durante a campanha eleitoral de 2004, o então candidato a prefeito José Serra foi levao ao local pelo também candidato a vereador Claudinho e deputado Celino - e ali sob os escombros se comprometeu a dar uma destinação, já no seu primeiro ano de governo, se eleito, e foi o que aconteceu.
Serra manteve a destinação dada na gestão anterior, o do espaço ser voltado á cultura, e acrescentou a ideia de que o público-alvo fosse o jovem.
A ideia foi muito boa. Hoje ali está o Centro Cultural de Juventude Ruth Cardoso - mas, entretanto, é dominado e dirigido por uma "turminha" que nada a ver com o bairro e com a luta pela sua conquista.
Este é o mal da elite cultural que há séculos domina a Cultura da cidade - o secretário de Cultura do Estado ( eles mudam de partido de acordo com o vento) - dominam tudo e impõe sua turma em todos os cargos. Ou seja, o Centro de Juventude tem programação dinâmica e muito dinheiro, mas com frequência aquém do que poderia ser - infelizmente quem o dirige nada entende de periferia. Eles não se preocupam nem em usar este jornal ( e os demais) para divulgar os eventos locais, se divulgamos é porque procuramos no site e praticamente imploramos à assessoria de imprensa da Secretaria de Cultura.
Uma pessoa que ali trabalha confessou os diretores não têm interesse no público local, eles preferem público de fora.

Um comentário:

  1. Oi Luizinho,
    li a matéria e fico me indagando que razões levam as pessoas a distorcerem fatos ou omitirem informações. É muito bom que haja a preocupação com um funcionamento permanente e voltado para os que não tem acesso aos bens culturais de nossa cidade. Até aí concordo. Mas vamos repor a história do Centro de Juventude, em matéria na qual sou citada. Ao assumirmos a subprefeitura em 2002, desenvolvemos todos os esforços para resolver os problemas do antigo "esqueleto do Jânio" e dar uma finalidade social a ele, já que todos sabemos, era antiga reivindicação da região. Discutimos regionalmente e apresentamos à Prefeita Marta Suplicy a proposta de um Centro de Cultura e Cidadania, voltado para jovens da periferia. Ela de pronto encampou a idéia e nos autorizou a prosseguir no projeto para viabilizá-lo. Foram longas e duras as discussões regionais para convencer parcela da população - que reivindicava a retomada do sacolão - sobre as vantagens de um Centro Cultural. Procuramos o Departamento de Edificações da Prefeitura, que transformou em projeto executivo nossas sugestões de obra para o local - aliás, bem parecidas com o que é hoje. Foi feita a licitação e as obras iniciadas, toda a estrutura refeita, faltando cobertura e os acabamento, tendo recursos no orçamento para completar a obra. Infelizmente, a derrota da Prefeita Marta nas eleições de 2004 inviabilizou o término da obra, cabendo ao prefeito eleito, no caso José Serra, completá-lo. Um dever de qualquer prefeito de recebe uma prefeitura em andamento, com obras já iniciadas, etc. Tem méritos, mas não exclusividade.

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