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segunda-feira, 29 de março de 2010

A DIREITA MANDA BRASA

Da Folha de São Paulo

FERNANDO DE BARROS E SILVA

SÃO PAULO – Lula comemorava, já no ano passado, a ausência de “candidatos de direita” na eleição presidencial deste ano. Nem Serra, nem Dilma, nem Marina (e nem Ciro) se encaixam neste figurino. Não se pode dizer o mesmo da eleição paulista. Seria até uma injustiça com Geraldo Alckmin e Guilherme Afif Domingos não reconhecer: “habemus” direita.
A chapa tucano-demista é favoritíssima ao Palácio dos Bandeirantes. Conforme mostra o Datafolha, Alckmin hoje venceria em São Paulo no primeiro turno. A se confirmar a barbada, voltará ao poder o núcleo mais conservador e menos cerebral do tucanato, a turma cujo lema é “amassar barro”. Não deixa de ser também uma vitória (e vingança) de certo espírito de província, em oposição às aspirações cosmopolitas de Serra, FHC e companhia. São Paulo tem os dois lados.
Sempre que confrontado com seu conservadorismo, Alckmin recorda, bem-humorado, que iniciou sua carreira “lá em Pinda”, no velho “manda brasa”, como era chamado o MDB histórico.
No passado mais recente, governador do Estado, Alckmin mandou brasa com Saulo de Castro, o promotor-xerife da Segurança Pública, e Gabriel Chalita, o guia espiritual do ensino paulista. Não perguntem a Serra o que ele pensa desse time.
Guilherme Afif, atual secretário do Trabalho do Estado, também não é um vice qualquer. Malufista histórico, começou como titular da Agricultura do então governador biônico. Em 1982, quando Franco Montoro se elegeu governador, Afif era candidato a vice de Reinaldo de Barros. Tentou a Presidência pelo PL em 1989 e ainda em 1998 esteve na linha de frente da campanha de Maluf contra Mário Covas.
Em 2006, Afif teve 44% dos votos válidos para o Senado, perdendo por pouco para Suplicy. Adversário feroz dos impostos, o líder da associação comercial é, talvez, o que de mais típico e “moderno” a direita tem a oferecer ao eleitorado conservador paulista.

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