Do Blog do Dirceu
JOSÉ DIRCEU
O Estadão não tem mais nenhum escrúpulo: abaixo da entrevista com a candidata do presidente Lula, do PT e partidos aliados, Dilma Rousseff (veja a íntegra), divulga hoje um box com o título "Preste Atenção" que é um resumo absolutamente desonesto à serviço da oposição.
Só para dar um exemplo, o jornal da família Mesquita cita a Operação Sanguessuga (ou Vampiro) ocorrida na área do Ministério da Saúde sem dar uma linha sequer - portanto, sem qualquer esclarecimento a seus leitores - sobre o fato de que o ex-ministro da Pasta, Humberto Costa, foi absolvido pela justiça nesse processo na semana passada (leia mais).
Trata-se, então, de um vale tudo grosseiro. E vejam como o jornal condena o governo Lula na área da saúde: "Temporão [ministro da Saúde] raramente é convidado pelo presidente para eventos pelo país. Na avaliação de Lula, o ministro - apadrinhado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) - não conseguiu construir uma marca forte no setor".
Quanto à Educação, o Estadão opina: "Nos palanques, Lula gosta de dizer que foi o presidente que mais construiu escolas técnicas e universidades. A educação no Brasil, porém, pouco mudou." E mais: "estima-se que os gastos das três esferas de governo na área sejam de cerca de 5% (em relação ao PIB). O Unicef recomenda investimento de 8%. Houve, nas estatísticas oficiais, ligeiro aumento nos gastos em educação, de 3,9% no final do governo FHC para 4,6% em 2008."
Quando ministro do Planejamento, Serra fez o quê?
Sem nada para polemizar frente às declarações da candidata petista, vejam vocês, essas informações complementaram esse resumo editorializado, distorcendo e sonegando os fatos para seus leitores. Mas, a despeito do esforço pró-oposição do jornal, o que fica realmente é o que Dilma afirmou:
"Se teve um governo que levantou o tapete, foi o do presidente Lula. Antes não apareciam denúncias, porque ficavam debaixo do tapete, ninguém apurava". E sua cobrança. "(agora os oposicionistas) vão ter que mostrar qual é a proposta para o Brasil não viver estagnado. O Serra que me desculpe, mas ele não foi só ministro da Saúde. Foi ministro também do Planejamento. Planejou o quê, hein? Ali, se gestou o quê?"
Uma excelente pergunta que o Estadão, pelo visto, não está interessado em responder. Nem em fazer chegar a seus leitores. Esse será o tom de toda a campanha.
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