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quarta-feira, 14 de abril de 2010

OS BONS RESULTADOS DO SAÚDE DA FAMÍLIA


Editorial Jornal da Tarde

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad 2008), do IBGE, confirmam que o Programa Saúde da Família (PSF) é uma das iniciativa mais bem-sucedidas do poder público na área social e um exemplo, que deveria ser seguido, de saudável continuidade administrativa. Em 2008, a cobertura do PSF ultrapassou 50% da população brasileira, atingindo 96,5 milhões de pessoas que vivem nos 27,4 milhões de domicílios cadastrados no programa.

Só foi possível atingir esse resultado, de grande importância para a assistência médica das camadas mais carentes da população, porque, criado há 16 anos, em 1994, o PSF sempre contou com o apoio dos governos que se sucederam desde então, para além de divergência políticas e partidárias, o que é infelizmente um caso raro na administração pública brasileira. Seu objetivo foi dar maior atenção à prevenção das doenças. Cada uma das equipes do programa – compostas por médico, enfermeira, auxiliares de enfermagem, dentista e agentes comunitários – cuida do acompanhamento de 3 mil a 4,5 mil pessoas de uma determinada área. Assim, com assistência médica próxima de casa, as pessoas são levadas a só procurar hospitais quando isso é realmente indispensável.

Houve, portanto, uma importante mudança na definição de políticas de saúde pública no País. E um estudo sobre o PSF, feito pela Faculdade de Saúde Pública da USP, confirmou o acerto dessa decisão. Esse trabalho mostrou, com base em diversas pesquisas, que Unidades Básicas de Saúde, quando bem operadas, conseguem resolver satisfatoriamente cerca de 85% dos problemas de saúde da população. Os casos restantes, encaminhados pelas equipes do PSF, recebem atendimento ambulatorial ou especializado, e só num pequeno número deles há necessidade de cuidados hospitalares.

O programa não dispensa equipamentos e procedimentos sofisticados. Pelo contrário. Ao permitir uma utilização mais racional desses recursos, com a filtragem feita por sua equipes, ele possibilita que mais pessoas necessitadas possam utilizá-los.

O ideal, segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, é que “toda a população do SUS – pelo menos 75% dos brasileiros – esteja coberta. E nossos desafios são as regiões metropolitanas do Sudeste”. Se no Nordeste 67,7% dos habitantes estão cadastrados, no Sudeste apenas 35,9% da população é atendida pelo programa. Outro desafio é a formação de médicos generalistas – clínicos gerais –, que são os profissionais mais indicados para o trabalho desenvolvido pelo PSF e cujo número está, atualmente, abaixo das necessidades. É preciso que o Ministério da Saúde, sem descuidar dos médicos especialistas, passe a investir bem mais na formação de generalistas.

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