O comando de campanha de Aloizio Mercadante (PT), pré-candidato ao governo de São Paulo neste ano, já comemora, como "grande vitória", a possibilidade de o PTB não fechar aliança formal com Geraldo Alckmin, do PSDB. As informações são da coluna de Mônica Bergamo na edição desta quinta-feira (29) da Folha (íntegra somente para assinantes UOL e do jornal).
O importante, de acordo com um dirigente do PT, não são os votos da base petebista, mas o tempo de TV que deixariam de emprestar ao tucano.
O deputado Campos Machado, presidente do PTB de SP e antigo aliado de Alckmin, admite que, mesmo contra a sua vontade, a possibilidade existe "por causa de alguns dirigentes tucanos que não sabem o que é lealdade". O partido quer lançar Romeu Tuma (PTB-SP) para o Senado na chapa de Alckmin. Até agora, sem sucesso.
À Folha, o presidente do PT-SP, Edinho Silva, disse na semana passada querer ampliar a política de alianças de Mercadante para "para conseguir trabalhar em todas as bases e levar a disputa a segundo turno", disse. Com nove partidos confirmados na aliança, a campanha do senador luta para reverter a vantagem de Alckmin nas pesquisas de intenção de voto. Hoje, o tucano levaria a disputa em primeiro turno.
Blog do Diretório Zonal da Freguesia do Ó e Brasilândia do Partido dos Trabalhadores na Cidade de São Paulo - SP
quinta-feira, 29 de abril de 2010
LULA É ELEITO O LÍDER MAIS INFLUENTE DO MUNDO PELA "TIME"
Lula é eleito o líder mais influente do mundo pela "Time"
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Em perfil assinado por Michael Moore, a história de vida de Lula é ressaltada; cineasta
chama o presidente brasileiro de "verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito nesta quinta-feira (29) pela revista americana “Time” como o líder mais influente do mundo. Lula encabeça um ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.
No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero (praticamente substituído pelo Bolsa Família) é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente brasileiro de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.
Grupo de discussão:
Você acha que Lula é o líder mais influente do mundo?
Dê sua opinião
A revista lembra quando Lula, aos 25 anos, perdeu sua primeira esposa Maria, grávida de oito meses, pelo fato dos dois não terem acesso a um plano de saúde decente. Ironizando, Moore dá um recado aos bilionários do mundo: “deixem os povos terem bons cuidados de saúde e eles causarão muito menos problemas para vocês”.
A lista mostra os 100 nomes de pessoas mais influentes do mundo em diversas áreas –líderes da esfera pública e privada, heróis, artistas, pensadores, entre outros.
Entre os líderes em destaque também estão a ex- governadora do Alasca e ex-candidata republicana à Vice-Presidência dos EUA, Sarah Palin; o diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn; os primeiros-ministros japonês e palestino, Yukio Hatoyama e Salam Fayyad, e o chefe do Governo da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Outras categorias
O ex-presidente americano Bill Clinton é o primeiro na categoria dos “heróis” pelo trabalho realizado no Haiti depois do terremoto de 12 de janeiro por meio da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo seu perfil, escrito pelo cantor Bono Vox, da banda irlandesa U2, “sem ele o universo não seria tão amigável para os seres humanos.”
Abaixo de Clinton aparecem: a sul-coreana Kim Yu-na, que conseguiu o primeiro ouro em patinação artística para seu país em Vancouver; o opositor iraniano Mir Hussein Musavi, e o ator Ben Stiller por seu trabalho na reconstrução de escolas no Haiti.
A cantora Lady Gaga encabeça o ranking dos “artistas” e recebe elogios da colega Cyndi Lauper que mostra sua admiração pelo trabalho da nova-iorquina de 24 anos. Lauper destaca que “a arte de Lady Gaga capta o período em que estamos agora” e rasga elogios à postura polêmica de Gaga: “ela mesma é a arte. Ela é a escultura.”
Depois de Lady Gaga, aparecem na lista artística: o humorista Conan O''Brien, que abandonou seu programa na rede de televisão americana "NBC"; a cineasta Kathryn Bigelow, primeira mulher a ganhar o Oscar de melhor direção por seu filme "Guerra ao Terror" e a apresentadora Oprah Winfrey.
Na lista dos “pensadores” o urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, aparece em 16° lugar por “maravilhoso legado de sustentabilidade urbana.”
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Em perfil assinado por Michael Moore, a história de vida de Lula é ressaltada; cineasta
chama o presidente brasileiro de "verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito nesta quinta-feira (29) pela revista americana “Time” como o líder mais influente do mundo. Lula encabeça um ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.
No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero (praticamente substituído pelo Bolsa Família) é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente brasileiro de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.
Grupo de discussão:
Você acha que Lula é o líder mais influente do mundo?
Dê sua opinião
A revista lembra quando Lula, aos 25 anos, perdeu sua primeira esposa Maria, grávida de oito meses, pelo fato dos dois não terem acesso a um plano de saúde decente. Ironizando, Moore dá um recado aos bilionários do mundo: “deixem os povos terem bons cuidados de saúde e eles causarão muito menos problemas para vocês”.
A lista mostra os 100 nomes de pessoas mais influentes do mundo em diversas áreas –líderes da esfera pública e privada, heróis, artistas, pensadores, entre outros.
Entre os líderes em destaque também estão a ex- governadora do Alasca e ex-candidata republicana à Vice-Presidência dos EUA, Sarah Palin; o diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn; os primeiros-ministros japonês e palestino, Yukio Hatoyama e Salam Fayyad, e o chefe do Governo da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Outras categorias
O ex-presidente americano Bill Clinton é o primeiro na categoria dos “heróis” pelo trabalho realizado no Haiti depois do terremoto de 12 de janeiro por meio da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo seu perfil, escrito pelo cantor Bono Vox, da banda irlandesa U2, “sem ele o universo não seria tão amigável para os seres humanos.”
Abaixo de Clinton aparecem: a sul-coreana Kim Yu-na, que conseguiu o primeiro ouro em patinação artística para seu país em Vancouver; o opositor iraniano Mir Hussein Musavi, e o ator Ben Stiller por seu trabalho na reconstrução de escolas no Haiti.
A cantora Lady Gaga encabeça o ranking dos “artistas” e recebe elogios da colega Cyndi Lauper que mostra sua admiração pelo trabalho da nova-iorquina de 24 anos. Lauper destaca que “a arte de Lady Gaga capta o período em que estamos agora” e rasga elogios à postura polêmica de Gaga: “ela mesma é a arte. Ela é a escultura.”
Depois de Lady Gaga, aparecem na lista artística: o humorista Conan O''Brien, que abandonou seu programa na rede de televisão americana "NBC"; a cineasta Kathryn Bigelow, primeira mulher a ganhar o Oscar de melhor direção por seu filme "Guerra ao Terror" e a apresentadora Oprah Winfrey.
Na lista dos “pensadores” o urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, aparece em 16° lugar por “maravilhoso legado de sustentabilidade urbana.”
quarta-feira, 28 de abril de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
Como formar um núcleo do PT parte 1
Esta é a primeira parte de um vídeo institucional que propõe a formação de núcleos petista.
NORMA BENGUELL ELOGIA DILMA E APROVA USO DE FOTO SUA NO SITE
Norma Benguell aprova uso de sua foto no site de Dilma e a elogia: "ela é maravilhosa, uma mulher que sofreu muito. Tomara que ganhe"
Para entender a história, no "site" na internet de Dilma tem fotos de passeatas da década de 60, misturadas com fotos pessoais de Dilma. A imprensa demo-tucana plantou um factóide dizendo que uma foto da atriz Norma Benguell estaria sendo usada como se fosse uma foto de Dilma. Não existe nada no "site", nenhum texto e nenhuma legenda que leve a tirar essa conclusão. Tudo não passou de interpretação pessoal maldosa de jornalistas demo-tucanos que odeiam Dilma.
A Folha de José Serra (Jornal Folha de São Paulo) procurou a atriz Norma Benguell, em busca de intrigas e ouviu o que não queria:
"Eu não vi, não. Uma amiga viu e me contou. Acho normal. Não tem nada que pedir desculpas [pelo uso da foto]. Fiz parte das passeatas contra a ditadura. Aliás, eu gosto da Dilma. Acho que ela é maravilhosa, uma mulher que sofreu muito. Tomara que ganhe...
... Não estou fazendo campanha. Ainda não. Já fiz do Lula, mas quando ele não era famoso. Ele ia à casa da Lucélia [Santos], e a gente ficava conversando. Agora eu não tenho uma decisão formada. Só simpatizo com a Dilma."
Mais um factóide de fofocas que não deu certo
Para entender a história, no "site" na internet de Dilma tem fotos de passeatas da década de 60, misturadas com fotos pessoais de Dilma. A imprensa demo-tucana plantou um factóide dizendo que uma foto da atriz Norma Benguell estaria sendo usada como se fosse uma foto de Dilma. Não existe nada no "site", nenhum texto e nenhuma legenda que leve a tirar essa conclusão. Tudo não passou de interpretação pessoal maldosa de jornalistas demo-tucanos que odeiam Dilma.
A Folha de José Serra (Jornal Folha de São Paulo) procurou a atriz Norma Benguell, em busca de intrigas e ouviu o que não queria:
"Eu não vi, não. Uma amiga viu e me contou. Acho normal. Não tem nada que pedir desculpas [pelo uso da foto]. Fiz parte das passeatas contra a ditadura. Aliás, eu gosto da Dilma. Acho que ela é maravilhosa, uma mulher que sofreu muito. Tomara que ganhe...
... Não estou fazendo campanha. Ainda não. Já fiz do Lula, mas quando ele não era famoso. Ele ia à casa da Lucélia [Santos], e a gente ficava conversando. Agora eu não tenho uma decisão formada. Só simpatizo com a Dilma."
Mais um factóide de fofocas que não deu certo
segunda-feira, 26 de abril de 2010
1981 - 2010 RIOCENTR0 29 ANOS
1981- 2010 RIOCENTRO 29 ANOS
Diretório Zonal do Partido dos Trabalhadores da Freguesia do Ó e Brasilândia convida todos os movimentos, entidades, partidos políticos, estudantes, mulheres e homens trabalhadores. Para reafirmar seu compromisso com a luta democrática e repudiar os atos criminosos cometidos durante a ditadura militar, contra o povo brasileiro.
Data: 30 de Abril de 2010 - Horário: 19hs
Local: Sede do Dz Fó Brasilândia
Endereço: Av. Itaberaba, 2214 – SP/SP
Diretório Zonal do Partido dos Trabalhadores da Freguesia do Ó e Brasilândia convida todos os movimentos, entidades, partidos políticos, estudantes, mulheres e homens trabalhadores. Para reafirmar seu compromisso com a luta democrática e repudiar os atos criminosos cometidos durante a ditadura militar, contra o povo brasileiro.
Data: 30 de Abril de 2010 - Horário: 19hs
Local: Sede do Dz Fó Brasilândia
Endereço: Av. Itaberaba, 2214 – SP/SP
17 Encontro Estadual do PT-SP
A partir de hoje o Blog do PT FÓ/BRASILÂNDIA vai postar vídeos com músicas, trechos de filmes e reportagens que tenham marcado algum momento histórico da esquerda no Brasil e no mundo. Com essa novidade, pretendemos deixá-lo mais dinâmico e atrativo para nossos leitores!
Abrimos essa nova seção do Blog do PT/FÓ/BRASILÂNDIA apresentando o vídeo realizado pela tvpt com imagens do 17º ENCONTRO ESTADUAL DO PT/SP. Este vídeo também pode ser visto no site do DZ, cujo link está ao lado esquerdo da tela:
Abrimos essa nova seção do Blog do PT/FÓ/BRASILÂNDIA apresentando o vídeo realizado pela tvpt com imagens do 17º ENCONTRO ESTADUAL DO PT/SP. Este vídeo também pode ser visto no site do DZ, cujo link está ao lado esquerdo da tela:
JOGO SUJO NA REDE
Texto extraído do site da revista Carta Capital e que analisa como poderá ser a guerra na internet entre os principais candidatos dessa eleição. Vale a Pena ler
Leandro Fortes
Há insultos e baixarias de todos os lados, mas o PSDB montou um esquema na internet que inclui a ação de hackers e a propagação de calúnias variadas
por Leandro Fortes
N a manhã da segunda-feira 19, o publicitário Marcelo Branco, contratado para coordenar a campanha de Dilma Rousseff na internet, não sabia, mas estava prestes a encarnar o papel de Davi. Na noite do mesmo dia, menos de 24 horas depois de colocar no ar um jingle para comemorar 45 anos de existência muito semelhante ao slogan de campanha do PSDB, a Globo iria capitular a um movimento iniciado justamente por uma mensagem postada por Branco no Twitter, o microblog que se tornou febre no mundo. “Jingle de comemoração dos 45 anos da TV Globo embute, de forma disfarçada, propaganda pró-José Serra”, avisou o tuiteiro, antes das 10 da manhã. Poucas horas depois, o comercial estava fora do ar.
“O Golias piscou”, comemorou, em seu blog pessoal, o Tijolaço.com, o deputado Brizola Neto (PDT-RJ), herdeiro político do avô, o ex-governador do Rio Leonel Brizola, que lutou até morrer, em 2004, contra o poder da família Marinho. O pedetista fez mais barulho, inexplicavelmente, do que o PT. Isso porque, com o Twitter de Branco, os petistas venceram a primeira batalha da guerra que se anuncia, sem quartel e sem trégua, na internet durante a campanha eleitoral. Até o departamento jurídico da emissora entrou em campo para precipitar o fim da campanha publicitária. Segundo Ricardo Noblat, jornalista da casa, advogados da empresa consultaram o futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandovski, e chegaram à conclusão de que o melhor era interromper a exibição do comercial.
O desfecho da história ilustra bem como vão funcionar estratégias montadas por todos os partidos, mas, sobretudo, entre petistas e tucanos, cujos alvos são as chamadas redes sociais da internet (Twitter, Orkut, Facebook e YouTube), que acumulam cerca de 60 milhões de usuários. Com o auxílio de especialistas, a rede tem sido mapeada de forma a estabelecer modelos de comportamento e de perfil dos usuários. Isso inclui análise permanente dos blogs, a partir de referências positivas, negativas e neutras. Tudo organizado e transformado em relatórios quase diários para os comandos das campanhas.
No caso do PT, os assessores dizem pretender usar a web para disseminar o verdadeiro currículo de Dilma Rousseff, em contraposição à famosa ficha falsa do Dops, veiculada primeiramente pela Folha de S.Paulo, depois de circular por sites de extrema-direita e inundar, em forma de spam, e-mails por todo o País. A ideia é mostrar, por exemplo, que a ex-ministra nunca participou diretamente da luta armada, nunca foi terrorista e foi condenada pelos tribunais da ditadura por crime de “subversão”, a dois anos de cadeia – embora tenha sido esquecida na prisão, onde ficou por três anos. De resto, subversivos eram considerados todos que contestavam a legitimidade do regime ditatorial, entre eles José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A estratégia da campanha virtual está a cargo da Pepper Comunicação Interativa, da publicitária brasiliense Danielle Fonteles, pela qual Branco foi contratado, por indicação pessoal da pré-candidata petista.
Quem cuida do conteúdo de internet para o PSDB é Arnon de Mello, filho do ex-presidente, atual senador e aliado recente de Lula, Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Arnon é um dos donos da Loops Mobilização Social e se apresenta como economista formado pela Universidade de Chicago e mestrado em Harvard, diretor do jornal Gazeta de Alagoas e funcionário do banco americano Lehman Brothers, epicentro da mais grave crise econômica mundial desde o crack de 1929. Um de seus sócios é João Falcão, ex-secretário de Cultura de Olinda (PE), filho de Joaquim Falcão, ex-diretor da Fundação Roberto Marinho e ex-integrante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Falcão pai também é um dos autores do livro Dr. Roberto, de 2005, uma biografia autorizada do falecido fundador das Organizações Globo.
A Loops foi a responsável, na internet, pela campanha do deputado Fernando Gabeira (PV) à prefeitura do Rio de Janeiro, em 2008. Gabeira acabou derrotado pelo atual prefeito, Eduardo Paes, do PMDB. O parlamentar verde, contudo, deverá contratá-la outra vez, desta feita para a campanha ao governo estadual. Por enquanto, a Loops se dedicará à captação de doações e ao monitoramento de informações divulgadas na internet sobre Serra, sobretudo, às que circulam no ambiente das redes sociais. A empresa não terá plena autonomia na campanha tucana. Estará subordinada à agência de publicidade digital Sinc, do empresário paulista Sérgio Caruso, ligado ao publicitário José Roberto Vieira da Costa, o Bob, homem de confiança do ex-governador. O nome de Caruso foi avalizado pelo ex-deputado do PSDB e atual presidente da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), Márcio Fortes, um dos responsáveis pela arrecadação de fundos no comitê serrista.
O PSDB ainda mantém outras frentes na internet. Participam da tropa virtual as empresas Knowtec e Talk Interactive. A primeira, com sede em Florianópolis, tem uma longa lista de serviços prestados ao antigo PFL, atual DEM, por meio de uma ligação histórica com o ex-senador Jorge Bornhausen. Em Brasília, tem como cliente a Confederação Nacional de Agricultura, presidida pela senadora Kátia Abreu. Quando o PFL mudou de nome em 2007, o novo portal do partido na internet foi montado pela Knowtec.
As duas empresas são administradas pelo mesmo executivo, o engenheiro Luiz Alberto Ferla. Ex-presidente do PFL Jovem e atual conselheiro político da Juventude DEM, Ferla está à frente do Instituto de Estudos Avançados (IEA) de Florianópolis, ONG dona de um contrato de 4,6 milhões de reais com a prefeitura de São Paulo assinado sem licitação. O contrato prevê uma consultoria voltada à reformulação do portal de notícias da prefeitura paulistana, obra que, no fim das contas, saiu por cerca de 500 mil reais. Após o contrato vir a público, o prefeito Gilberto Kassab decidiu cancelá-lo.
A Knowtec foi a primeira empresa brasileira a ir aos Estados Unidos, no ano passado, em nome dos tucanos, para tentar contratar os marqueteiros virtuais que fizeram sucesso na campanha do presidente democrata Barack Obama. Joe Rospars, da Blue State Digital, e Scott Goodstein, da Revolution Messaging, acabaram, porém, por fazer uma opção ideológica. Preferiram negociar com a Pepper, de Brasília, para então fechar um contrato de consultoria para o PT. Alegaram não trabalhar em campanhas de partidos conservadores. Desde então, a dupla tem aparecido na capital federal para opinar na estrutura de internet da candidatura petista. Em 2008, Rospars e Goodstein conseguiram que Obama arrecadasse, via internet, 750 milhões de dólares, por meio de 31 milhões de doadores (93% doaram até cem dólares).
Tudo indica que os marqueteiros de Obama se livraram de uma fria. A Knowtec está entre as companhias de tecnologia de informática investigadas pelo Ministério Público Federal no escândalo de corrupção do Distrito Federal. Em 1º de outubro de 2008, quando ainda era o orgulho do DEM e cotado para vice na chapa de Serra, o ex-governador José Roberto Arruda assinou com a Knowtec, via Secretaria de Comunicação Social, um contrato de 8,7 milhões de reais. A função da empresa era cuidar do portal de notícias do governo.
Os responsáveis pelo contrato foram os jornalistas Weligton Moraes e Omésio Pontes, assessores diretos de Arruda na área de Comunicação. A dupla foi flagrada alegremente no festival de propinas filmado pelo delator Durval Barbosa. Moraes, chefe do esquema de publicidade do governo distrital, foi preso por participar da tentativa de suborno de uma testemunha do caso. Ficou 60 dias no presídio da Papuda, até ser solto recentemente. Pode ser o próximo a fechar acordo de delação premiada com a Polícia Federal.
De acordo com documentos levantados por CartaCapital no sistema de acompanhamento de gastos do Distrito Federal, apesar de o contrato ter sido de 8,7 milhões de reais, a Knowtec já embolsou 12,6 milhões. Como o prazo final do contrato é somente em 1º de outubro de 2010, é possível que a empresa ainda receba mais dinheiro nos próximos seis meses. Segundo dados do Siggo, há ao menos uma nota de empenho ainda pendente, no valor de 700 mil reais.
Loops, Sinc, Knowtec e Talk Interactive formam a parte visível da estratégia de campanha virtual do PSDB, mas há um fator invisível que, antes mesmo de ter se tornado efetivo, virou um problema. E atende pelo nome de Eduardo Graeff. Atual tesoureiro nacional do PSDB, Graeff é um tucano intimamente ligado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem foi secretário-geral no Palácio do Planalto e para quem, até hoje, redige discursos e artigos. Também é muito ligado a Eduardo Jorge, a quem sucedeu na Secretaria-Geral da Presidência. Os dois estão na origem da desastrosa reunião de apoio político, realizada no apartamento de FHC, em março, entre o ex-presidente e o ex-governador Joaquim Roriz, causa de grande constrangimento na campanha de Serra.
No ano passado, Graeff ficou responsável pela montagem de um núcleo interno com vistas a elaborar um projeto de campanha virtual para as eleições de 2010. O tesoureiro foi escolhido por ser espécie de guru da web no ninho tucano, graças a um site mantido por ele, desde 2003, o “eagora” – que tanto pode ser interpretado como “Ágora eletrônica” como pelo sentido da pergunta “e agora?”, segundo informações da página na internet.
Graeff organizou um grupo de tuiteiros e blogueiros para inserir mensagens na rede social da internet, inicialmente com conteúdo partidário a favor da candidatura de Serra. A realidade, no entanto, tem sido outra. Em vez de militantes tucanos formais, a rede de Graeff virou um ninho de brucutus que preferem palavrões, baixarias e frases feitas a qualquer tipo de debate civilizado. O objetivo dessa turma é espalhar insultos ou replicar mentiras na rede mundial de computadores. Não que do lado petista não prolifere um pessoal do mesmo nível a inundar a área de comentários de portais e blogs com a mesma falta de criatividade e torpeza. Termos como “tucanalha” ou absurdas teses conspiratórias fazem sucesso entre essa esquerda demente. Mas nada se compara, até agora, à ação orquestrada do lado da oposição.
Em consequência dessa estratégia, a assessoria jurídica de Serra o teria aconselhado a se afastar de Graeff e impedir que o nome do ex-secretário seja associado, organicamente, à campanha presidencial.
Ao menos um site ligado ao PSDB, replicado no Twitter, é assumidamente voltado para desqualificar o PT, o governo do presidente Lula e a candidatura de Dilma Rousseff. Trata-se do “Gente que mente” (www.gentequemente.org.br), mantido, segundo a direção do PSDB, por “simpatizantes” do partido. Na verdade, o site é criação de Cila Schulman, ex-secretária de Comunicação Social do governo do Paraná durante as gestões Jaime Lerner (DEM), entre 1994 e 2002. Cila trabalhou ainda na campanha de Kassab e presta serviços à presidência nacional do DEM. É filha de Maurício Schulman, ex-presidente do extinto Banco Nacional de Habitação (BNH) durante o governo do general Ernesto Geisel (1974-1979), e último presidente do Bamerindus, banco falido em 1994 e incorporado ao HSBC.
Na equipe do PT, coube a Branco elaborar uma rede de comunicação virtual tanto para controlar conteúdo como para neutralizar a ação de trogloditas e hackers. Para se ter uma ideia, apenas nos três primeiros dias de funcionamento do site da presidenciável petista (www.dilmanaweb.com.br), lançado na rede na segunda-feira 19, foram registrados 7 mil ataques de hackers, sem sucesso, baseados em um servidor registrado na Alemanha – expediente clássico da guerrilha virtual. Por enquanto, ainda não é possível identificá-los, mas os petistas registraram os IPs (identificadores dos computadores usados).
Uma semana antes, o site do PT havia sido invadido, “pichado” com mensagens pró-Serra e reprogramado de modo a direcionar os usuários para o site do PSDB. Em seguida, foi a vez da página do PMDB. Acusados pelos petistas de terrorismo virtual, os tucanos contra-atacaram com um pedido à Polícia Federal para investigar o caso e deixar o assunto em pratos limpos. Os tucanos atribuem aos petistas a estratégia de se fazerem de vítimas e colocar a culpa nos adversários.
Um dos sites clássicos utilizados contra a pré-candidata do PT é o “Porra Petralhas” (www.porrapetralhas.tumblr.com), repleto de baixarias, mas focado, em comum a outras páginas do gênero, em colocar em Dilma Rousseff a pecha de “terrorista” e “inexperiente”, coincidentemente, duas teclas sistematicamente repetidas pela mídia nacional. O site não tem autor conhecido.
Também no Twitter, o “Porra Petralhas” atua de forma massiva, sempre com xingamentos e acusações. A foto utilizada no perfil insinua um beijo na boca entre Dilma e Hugo Chávez, presidente da Venezuela, dentro de uma moldura de coração. Dois outros perfis de microblog, “Dilma Hussein” e o conhecido “Gente que Mente”, ajudam a desqualificar a candidata nas redes sociais. Um “retuíta” o outro, como se diz no jargão da internet.
Procurado por CartaCapital, Graeff mandou dizer que não vai se manifestar sobre o assunto. De acordo com Carlos Iberê, assessor de imprensa do PSDB, o ex-secretário participou apenas da formação do núcleo interno que discutiu a questão da campanha da internet e agora se dedica exclusivamente à função de tesoureiro. Cila Schulman não foi encontrada. A assessoria de Luiz Alberto Ferla informou não saber de “nada oficial” a respeito dos contratos ou do papel da empresa na campanha.
Leandro Fortes é jornalista, professor e escritor, autor dos livros Jornalismo Investigativo, Cayman: o dossiê do medo e Fragmentos da Grande Guerra, entre outros. Também mantém um blog chamado Brasília, eu vi
LEIA A CARTA QUE LULA MANDOU PARA O 17º ENCONTRO DO PT/SP NA ÍNTEGRA
Lula: "Serei militante desta campanha que já começa vitoriosa"
Em carta lida durante o encontro, o presidente Lula prometeu empenho para eleger Mercadante e Marta
Por Cezar Xavier
Sábado, 24 de abril de 2010
Por motivos pessoais, o presidente Lula não pode comparecer ao 17o Encontro do PT-SP, mas enviou uma carta aos delegados. Na carta lida durante o encontro, o presidente Lula prometeu empenho para eleger Mercadante e Marta. "Serei militante desta campanha que já começa vitoriosa", escreveu.
"Nós sabemos que os avanços de um Brasil mais justo com igualdade de oportunidades só será possível se São Paulo, o Estado mais rico do País, estiver em sintonia com o projeto que estamos construindo para o Brasil", declarou o presidente na carta.
O presidente afirmou que gostaria de "pessoalmente, mostrar compromisso com a eleição do Mercadante ao governo e com a candidatura da companheira Marta ao Senado" e falou de seu "compromisso" com as candidaturas do PT por São Paulo, inclusive a de Marta Suplicy ao Senado.
Lula situou a eleição de Mercadante e da ex-ministra Dilma Rousseff à continuidade de seu projeto. Destacou a biografia do senador e a atuação no PT. "No PT, o companheiro sempre assumiu tarefas que demonstraram e demonstram o seu compromisso, principalmente com o povo mais pobre. Mercadante está capacitado para governar o Estado de São Paulo, para junto com Dilma aprofundar as mudanças que implementamos no Brasil", afirmou.
Leia a íntegra da carta enviada por Lula:
Ao companheiro Aloizio Mercadante
Esse momento histórico do PT, do Brasil e do estado de São Paulo, me faz recordar dos momentos em que juntos iniciamos o processo de transformação no Brasil. Essa história começa, Mercadante, desde os tempos do movimento sindical, na Anampos, no apoio aos movimentos sociais, na construção da CUT, na fundação do PT, no processo de redemocratização do Brasil. Em todos estes momentos estivemos juntos. Sou testemunha da tua dedicação e do teu compromisso, como quando abdicou do mandato de deputado federal para assumir a candidatura de vice-presidente. Naquele momento tão difícil da disputa eleitoral. No Senado, como líder do governo, nos deu a segurança da defesa do nosso projeto.
No PT, o companheiro Mercadante sempre assumiu tarefas que demonstraram e demonstram o seu compromisso principalmente com o povo mais sofrido da sociedade. Mercadante está capacitado para governar o estado de São Paulo, para junto da companheira Dilma, aprofundar as mudanças que implementamos no Brasil.
Gostaria muito de estar presente ao 17º Encontro Estadual do PT, de estar junto com vocês, meus companheiros e companheiras, gostaria de pessoalmente demonstrar o meu compromisso com a eleição do Mercadante ao governo e com a candidatura da companheira Marta ao Senado, essa mulher que tanto fez pela cidade de São Paulo.
Infelizmente, não poderei estar presentes, mas desde já reafirmo o meu compromisso com Mercadante, Marta e o PT de São Paulo. Serei militante desta campanha que já começa vitoriosa.
Nós sabemos que o avanço de um Brasil mais justo, com igualdade de oportunidades, só será possível se São Paulo, o estado mais rico do Brasil, estiver em sintonia com o projeto que estamos construindo no país.
Um grande abraço.
Lula.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
CRESCE FALTA DE VAGAS NO ENSINO INFANTIL DE SP
FÁBIO TAKAHASHI – FOLHA SP
DA REPORTAGEM LOCAL
A fila de espera por um lugar em creches e pré-escolas na rede municipal de São Paulo ganhou 22 mil crianças a mais neste ano -o fim do deficit de vagas na educação infantil foi uma das principais promessas de campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
A lista, que já tinha 101 mil nomes, chegou a 123 mil em março deste ano. Do novo contingente, 11 mil estão em busca de creche (0 a 3 anos) e outras 11 mil, de pré-escola (4 a 5).
A fila por creche aumentou apesar de a prefeitura ter feito 7.000 matrículas a mais neste ano. Na pré-escola, porém, ela cresceu porque o governo fechou vagas em escolas com excesso de alunos. O corte ocorreu para reduzir o tamanho das turmas, eliminar o terceiro turno em algumas unidades e redistribuir a rede conveniada, que passou a priorizar creche.
A ideia era compensar o corte com novas unidades, mas as obras atrasaram. Das 142 escolas anunciadas no ano passado (85 mil vagas previstas), só oito estão em construção. O resto deve ser entregue só em 2011.
Com isso, o total de matriculados em pré-escola recuou de 308 mil para 285,8 mil neste ano -22,2 mil vagas a menos. O relatório é o primeiro em que há corte de matrícula e alta do deficit. “Não acho bom criança fora da escola. Tanto que construímos 63 Emeis [pré-escolas]. Mas não posso deixar a escola um depósito, como era”, disse à Folha o secretário da Educação, Alexandre Schneider. “Já melhoramos muito.”
Schneider disse que esperava que o plano de obras “caminhasse mais rapidamente”. Segundo ele, houve dificuldade em encontrar terrenos disponíveis e conseguir as licenças para a construção.
Sobre o aumento da demanda em toda rede, ele diz que a própria expansão faz a fila aumentar. “O pai começa a ver como possível a matrícula.”
“O sistema precisa de planejamento adequado. Houve erro na previsão”, diz o pesquisador Rubens Camargo, da Faculdade de Educação da USP.
“A prefeitura deve se organizar para não seguir nessa omissão”, afirma o defensor público estadual Flávio Frasseto.
Sem trabalhar
Segundo o governo, nenhum aluno que estava na rede perdeu a vaga, mas o corte impediu que crianças entrassem no sistema e tornou mais difícil a vida de Eduardo, 4. “Ele está na fila há quase um ano. Não trabalho, não tenho onde deixá-lo”, diz Rosilene dos Santos Silva, 32, do Jd. Felicidade (zona norte).
Pesquisas indicam que quem cursa o infantil tem resultados melhores em toda a vida escolar. Segundo a prefeitura, a migração das crianças de seis anos do infantil para o fundamental neste ano não tem impacto na queda das matrículas (quase todas crianças dessa idade já iam para o fundamental).
DA REPORTAGEM LOCAL
A fila de espera por um lugar em creches e pré-escolas na rede municipal de São Paulo ganhou 22 mil crianças a mais neste ano -o fim do deficit de vagas na educação infantil foi uma das principais promessas de campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
A lista, que já tinha 101 mil nomes, chegou a 123 mil em março deste ano. Do novo contingente, 11 mil estão em busca de creche (0 a 3 anos) e outras 11 mil, de pré-escola (4 a 5).
A fila por creche aumentou apesar de a prefeitura ter feito 7.000 matrículas a mais neste ano. Na pré-escola, porém, ela cresceu porque o governo fechou vagas em escolas com excesso de alunos. O corte ocorreu para reduzir o tamanho das turmas, eliminar o terceiro turno em algumas unidades e redistribuir a rede conveniada, que passou a priorizar creche.
A ideia era compensar o corte com novas unidades, mas as obras atrasaram. Das 142 escolas anunciadas no ano passado (85 mil vagas previstas), só oito estão em construção. O resto deve ser entregue só em 2011.
Com isso, o total de matriculados em pré-escola recuou de 308 mil para 285,8 mil neste ano -22,2 mil vagas a menos. O relatório é o primeiro em que há corte de matrícula e alta do deficit. “Não acho bom criança fora da escola. Tanto que construímos 63 Emeis [pré-escolas]. Mas não posso deixar a escola um depósito, como era”, disse à Folha o secretário da Educação, Alexandre Schneider. “Já melhoramos muito.”
Schneider disse que esperava que o plano de obras “caminhasse mais rapidamente”. Segundo ele, houve dificuldade em encontrar terrenos disponíveis e conseguir as licenças para a construção.
Sobre o aumento da demanda em toda rede, ele diz que a própria expansão faz a fila aumentar. “O pai começa a ver como possível a matrícula.”
“O sistema precisa de planejamento adequado. Houve erro na previsão”, diz o pesquisador Rubens Camargo, da Faculdade de Educação da USP.
“A prefeitura deve se organizar para não seguir nessa omissão”, afirma o defensor público estadual Flávio Frasseto.
Sem trabalhar
Segundo o governo, nenhum aluno que estava na rede perdeu a vaga, mas o corte impediu que crianças entrassem no sistema e tornou mais difícil a vida de Eduardo, 4. “Ele está na fila há quase um ano. Não trabalho, não tenho onde deixá-lo”, diz Rosilene dos Santos Silva, 32, do Jd. Felicidade (zona norte).
Pesquisas indicam que quem cursa o infantil tem resultados melhores em toda a vida escolar. Segundo a prefeitura, a migração das crianças de seis anos do infantil para o fundamental neste ano não tem impacto na queda das matrículas (quase todas crianças dessa idade já iam para o fundamental).
IBOPE: 65% QUEREM A CONTINUIDADE DO GOVERNO LULA
Do Boletim Brasilia Confidenciad
Sessenta e cinco porcento dos eleitores querem que o futuro presidente dê total continuidade ao Governo Lula ou faça apenas pequenas mudanças. Ao contrário, apenas 9% desejam mudança total e 24% desejam que somente alguns programas sejam mantidos.
A preferência de ampla maioria do eleitorado pela continuidade do atual governo está exposta na mais recente pesquisa feita pelo Ibope para a Associação Comercial de São Paulo e publicada ontem no site do Diário do Comércio.
De acordo com o Ibope, que ouviu 2002 eleitores em 141 municípios no período de 13 a 18 de abril, 83% dos entrevistados aprovaram o desempenho de Lula, 75% manifestaram confiança no presidente e 73% aprovaram seu governo classificando-o como ótimo ou bom.
Com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os resultados apurados agora pelo Ibope apontam crescimento de Dilma e estagnação de Serra, comparados aos da pesquisa que o instituto realizou para a mesma Associação Comercial em fevereiro. Já na comparação da nova pesquisa com a que o Ibope realizou em março para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as duas candidaturas mantiveram praticamente os mesmos índices de intenção der voto.
Na pesquisa de fevereiro para a Associação Comercial paulista, o Ibope apontou 36% para Serra – o mesmo índice que lhe atribui agora – e 25% para Dilma – quatro pontos percentuais abaixo do índice que atribui agora à petista (29%). A vantagem de Serra, que era de 11 pontos em fevereiro, caiu para sete pontos em abril.
Comparada a nova pesquisa com a que o mesmo Ibope fez para a CNI em março, Serra saiu de 35% para 36%, enquanto Dilma saiu de 30% para 29% – ambos dentro da margem de erro.
A diferença de 7 pontos que o Ibope aponta em favor de Serra é inferior à apontada pela mais recente pesquisa Datafolha – 10 pontos percentuais – e superior às que identificaram os institutos Sensus e Vox Populi. Em 3 de abril, o Vox Populi apontou diferença de 3 pontos percentuais em favor de Serra; e no dia 13 o Sensus identificou empate, com diferença inferior a meio ponto percentual.
Brasília Confidencial
terça-feira, 20 de abril de 2010
DILMA ABRE 7 PONTOS SOBRE SERRA EM PESQUISA CAPTAVOX
Do blog da Dilma
Dilma Rousseff abre 7 pontos sobre José Serra no Piauí; Veja pesquisa
Pesquisa CaptaVox revela que a ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República, mantém a dianteira na disputa à sucessão de Lula entre os eleitores do Piauí. De acordo com a pesquisa, Dilma tem 39,8% das intenções de votos e José Serra, do PSDB, aparece com 32,1%.
A amostragem aponta que Dilma abre sete pontos à frente do tucano no Estado do Piauí. O presidenciável Ciro Gomes, do PSB, aparece com 7,8% das intenções de votos e Marina Silva, do PV, com 3,4%.
A ex-senadora Heloísa Helena, do PSOL, é votada por 1,5% dos eleitores entrevistados.
A pesquisa CaptaVox entrevistou 1.067 eleitores em 37 municípios do Estado. O levantamento foi feito entre os dias 10 e 13 de abril e teve registro no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) com número de 6873/2010.
Veja números:
Pesquisa Estimulada
DILMA ROUSSEF PT 39,8%
JOSÉ SERRA PSDB 32,1%
CIRO GOMES PSB 7,8%
MARINA SILVA PV 3,4%
HELOÍSA HELENA PSOL 1,5%
NENHUM/ NULO 5,0%
INDECISOS 10,5%
Rejeição
JOSÉ SERRA PSDB 20,3%
CIRO GOMES PSB 14,1%
DILMA ROUSSEF PT 13,2%
MARINA SILVA PV 11,9%
HELOISA HELENA PSOL 9,7%
INDECISOS 15,7%
NÃO REJEITA NENHUM 13,4%
NENHUM/NULO 1,7%
Dilma Rousseff abre 7 pontos sobre José Serra no Piauí; Veja pesquisa
Pesquisa CaptaVox revela que a ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República, mantém a dianteira na disputa à sucessão de Lula entre os eleitores do Piauí. De acordo com a pesquisa, Dilma tem 39,8% das intenções de votos e José Serra, do PSDB, aparece com 32,1%.
A amostragem aponta que Dilma abre sete pontos à frente do tucano no Estado do Piauí. O presidenciável Ciro Gomes, do PSB, aparece com 7,8% das intenções de votos e Marina Silva, do PV, com 3,4%.
A ex-senadora Heloísa Helena, do PSOL, é votada por 1,5% dos eleitores entrevistados.
A pesquisa CaptaVox entrevistou 1.067 eleitores em 37 municípios do Estado. O levantamento foi feito entre os dias 10 e 13 de abril e teve registro no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) com número de 6873/2010.
Veja números:
Pesquisa Estimulada
DILMA ROUSSEF PT 39,8%
JOSÉ SERRA PSDB 32,1%
CIRO GOMES PSB 7,8%
MARINA SILVA PV 3,4%
HELOÍSA HELENA PSOL 1,5%
NENHUM/ NULO 5,0%
INDECISOS 10,5%
Rejeição
JOSÉ SERRA PSDB 20,3%
CIRO GOMES PSB 14,1%
DILMA ROUSSEF PT 13,2%
MARINA SILVA PV 11,9%
HELOISA HELENA PSOL 9,7%
INDECISOS 15,7%
NÃO REJEITA NENHUM 13,4%
NENHUM/NULO 1,7%
LULA: 2 MILHÕES DE VAGAS SERÃO ABERTAS ESTE ANO
Geralda Doca – O GLOBO
BRASÍLIA e GENEBRA.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o país poderá gerar mais de dois milhões de postos de trabalho com carteira assinada em 2010. A meta oficial do governo até então — que consta de documentos como a segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2) — era a criação de 1,6 milhão de vagas.
Caso a projeção se confirme, será o melhor ano do emprego formal dos dois mandatos de Lula. Até agora, o recorde foi em 2007, com 1,6 milhão.
— Nós poderemos terminar o ano com dois milhões de empregos criados ou até um pouco mais — afirmou Lula em seu programa semanal de rádio, “Café com o Presidente”.
Lula contou que ficou otimista com o resultado do emprego formal em março, quando foram abertas 266,4 mil vagas — o melhor desempenho para o mês da série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, iniciada em 1992.
O presidente salientou que a expansão contínua do emprego formal é um dos segredos para o Brasil para ter saído rapidamente da crise financeira internacional. Ele lembrou também que a economia brasileira tem sido fortalecida pelo consumo da população.
Lula destacou que a Previdência está ficando menos deficitária graças ao aumento do emprego formal — contrariando dados do próprio ministério, que mostram elevação do rombo do INSS, devido sobretudo aos impactos do reajuste do salário mínimo. Para 2010, a estimativa que consta do Orçamento é um déficit de R$ 47,2 bilhões, contra rombo de R$ 42,9 bilhões em 2009.
— A Previdência vai deixando de ser deficitária, e a vida das pessoas melhorando.
Aquele negócio da roda gigante funcionar, ou seja, à medida que o povo consome, o comércio vende e a indústria é obrigada a produzir e todo mundo é obrigado a contratar mais trabalhadores — disse Lula.
Ao apostar na criação de dois milhões de empregos neste ano, Lula endossa a projeção do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Como no primeiro trimestre foram abertas 657.259 vagas, ainda falta 1,342 milhão.
OIT: ação anticrise preservou 21 milhões de vagas
Lula também fez um balanço das cúpulas de chefes de Estado e de governo realizadas no Brasil na semana passada, que reuniram os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) e do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul). Segundo Lula, o grupo dos emergentes saiu mais fortalecido dos encontros: — Definimos um plano de atuação estratégica no G-20, porque todos esses países também fazem parte do G-20 político, do G-20 econômico — disse Lula, acrescentando que uma das linhas de ação é discutir mudanças na representação dos países no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial (Bird).
Estudo divulgado ontem pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que os países do G-20 preservaram ou abriram 21 milhões de empregos em 2009 e 2010, graças às suas políticas para lidar com crise econômica internacional.
O G-20 econômico reúne as 20 maiores economias do mundo.
BRASÍLIA e GENEBRA.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o país poderá gerar mais de dois milhões de postos de trabalho com carteira assinada em 2010. A meta oficial do governo até então — que consta de documentos como a segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2) — era a criação de 1,6 milhão de vagas.
Caso a projeção se confirme, será o melhor ano do emprego formal dos dois mandatos de Lula. Até agora, o recorde foi em 2007, com 1,6 milhão.
— Nós poderemos terminar o ano com dois milhões de empregos criados ou até um pouco mais — afirmou Lula em seu programa semanal de rádio, “Café com o Presidente”.
Lula contou que ficou otimista com o resultado do emprego formal em março, quando foram abertas 266,4 mil vagas — o melhor desempenho para o mês da série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, iniciada em 1992.
O presidente salientou que a expansão contínua do emprego formal é um dos segredos para o Brasil para ter saído rapidamente da crise financeira internacional. Ele lembrou também que a economia brasileira tem sido fortalecida pelo consumo da população.
Lula destacou que a Previdência está ficando menos deficitária graças ao aumento do emprego formal — contrariando dados do próprio ministério, que mostram elevação do rombo do INSS, devido sobretudo aos impactos do reajuste do salário mínimo. Para 2010, a estimativa que consta do Orçamento é um déficit de R$ 47,2 bilhões, contra rombo de R$ 42,9 bilhões em 2009.
— A Previdência vai deixando de ser deficitária, e a vida das pessoas melhorando.
Aquele negócio da roda gigante funcionar, ou seja, à medida que o povo consome, o comércio vende e a indústria é obrigada a produzir e todo mundo é obrigado a contratar mais trabalhadores — disse Lula.
Ao apostar na criação de dois milhões de empregos neste ano, Lula endossa a projeção do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Como no primeiro trimestre foram abertas 657.259 vagas, ainda falta 1,342 milhão.
OIT: ação anticrise preservou 21 milhões de vagas
Lula também fez um balanço das cúpulas de chefes de Estado e de governo realizadas no Brasil na semana passada, que reuniram os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) e do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul). Segundo Lula, o grupo dos emergentes saiu mais fortalecido dos encontros: — Definimos um plano de atuação estratégica no G-20, porque todos esses países também fazem parte do G-20 político, do G-20 econômico — disse Lula, acrescentando que uma das linhas de ação é discutir mudanças na representação dos países no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial (Bird).
Estudo divulgado ontem pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que os países do G-20 preservaram ou abriram 21 milhões de empregos em 2009 e 2010, graças às suas políticas para lidar com crise econômica internacional.
O G-20 econômico reúne as 20 maiores economias do mundo.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
DILMA LANÇA SEU NOVO BLOG AO VIVO
Dentro de instantes a pré-candidata do PT à Presidência, a ex-ministra Dilma Roussef apresentará o seu novo blog e quem quiser pode acompanhar a transmissão ao vivo pelo endereço: http://www.dilmanaweb.com.br/video/stream
SÃO PAULO PODE PERDER R$ 6 MI DO PAC PARA COLETA SELETIVA
Do site da Bancada do PT na CMSP
.A construção prevista de dez galpões de triagem para a coleta seletiva em São Paulo neste ano pode aliviar um pouco a pressão sobre aterros sanitários, gerar trabalho e renda para dezenas de pessoas em situação de vulnerabilidade social, além de melhorar o desempenho pífio que a cidade ostenta no setor de reciclagem: só 1% do lixo produzido é reciclado.
A verba para essa expansão, cerca de R$ 6 milhões, vem do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Mas a capital paulista corre o risco de não ver a cor do dinheiro. Isso porque, para receber o repasse federal e viabilizar a construção dos galpões, a administração municipal precisa dar início a pelo menos uma das obras até o dia 3 de julho. As ações, porém, ainda não saíram do papel.
Além disso, apenas três das 10 áreas indicadas para as centrais foram consideradas viáveis para receber as instalações e duas foram consideradas inviáveis. As outras ainda aguardam o parecer da prefeitura.
De acordo com Afonso Celso de Moraes, diretor da Limpurb, as obras vão começar a tempo em pelo menos dois dos terrenos que já foram aprovados. As demais obras precisam começar ainda neste ano.
(As informações são do Instituto Pólis)
.A construção prevista de dez galpões de triagem para a coleta seletiva em São Paulo neste ano pode aliviar um pouco a pressão sobre aterros sanitários, gerar trabalho e renda para dezenas de pessoas em situação de vulnerabilidade social, além de melhorar o desempenho pífio que a cidade ostenta no setor de reciclagem: só 1% do lixo produzido é reciclado.
A verba para essa expansão, cerca de R$ 6 milhões, vem do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Mas a capital paulista corre o risco de não ver a cor do dinheiro. Isso porque, para receber o repasse federal e viabilizar a construção dos galpões, a administração municipal precisa dar início a pelo menos uma das obras até o dia 3 de julho. As ações, porém, ainda não saíram do papel.
Além disso, apenas três das 10 áreas indicadas para as centrais foram consideradas viáveis para receber as instalações e duas foram consideradas inviáveis. As outras ainda aguardam o parecer da prefeitura.
De acordo com Afonso Celso de Moraes, diretor da Limpurb, as obras vão começar a tempo em pelo menos dois dos terrenos que já foram aprovados. As demais obras precisam começar ainda neste ano.
(As informações são do Instituto Pólis)
FAXINA SOCIAL
Do site da Bancada da Câmara Municipal de São Paulo
José Américo
Quem caminha pelo centro histórico de São Paulo, de noite ou nas primeiras horas da manhã, leva um susto. Aumentou absurdamente o número de homens e mulheres em situação de rua que dormem ao relento, sob o abrigo apenas das marquises dos edifícios. A Rua Boa Vista mais parece um albergue a céu aberto, de tanta gente deitada nas calçadas.
Esse cenário é o retrato acabado do retrocesso que houve nas políticas de proteção social da Prefeitura de São Paulo. No lugar de acudir os mais desfavorecidos, a administração do DEM/PSDB age nitidamente para se desobrigar de qualquer responsabilidade social sobre eles. Saiu de cena o acolhimento e orientação a quem necessita. Foram substituídos pela insensibilidade e violência do governo municipal.
Há um ano a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Alda Marco Antônio, anunciou o fechamento de mais de três mil vagas em 40 albergues no município, principalmente as unidades localizadas na área central da cidade. Pelo menos mil vagas já foram cortadas até agora. Da mesma forma, foram esvaziadas as políticas complementares dos albergues nas áreas da saúde, da habitação e da formação profissional. O objetivo da secretária é forçar o deslocamento dessa população para os albergues localizados na periferia.
Essa política de “faxina social” do centro comprovou-se um desastre. Os albergados se recusam a ir para os bairros e, quando levados para lá, na primeira oportunidade voltam para o centro. É fácil entender por que isso acontece: o centro é a região onde conseguem comida e até algum dinheiro para sobreviver. Sem ter onde se apoiar, uma vez que a política antisocial da prefeitura eliminou vagas nos albergues centrais e não ofereceu qualquer alternativa aos usuários, eles simplesmente vão dormir nas ruas.
José Américo é vereador da cidade de São Paulo e líder da bancada do PT na Câmara.
José Américo
Quem caminha pelo centro histórico de São Paulo, de noite ou nas primeiras horas da manhã, leva um susto. Aumentou absurdamente o número de homens e mulheres em situação de rua que dormem ao relento, sob o abrigo apenas das marquises dos edifícios. A Rua Boa Vista mais parece um albergue a céu aberto, de tanta gente deitada nas calçadas.
Esse cenário é o retrato acabado do retrocesso que houve nas políticas de proteção social da Prefeitura de São Paulo. No lugar de acudir os mais desfavorecidos, a administração do DEM/PSDB age nitidamente para se desobrigar de qualquer responsabilidade social sobre eles. Saiu de cena o acolhimento e orientação a quem necessita. Foram substituídos pela insensibilidade e violência do governo municipal.
Há um ano a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Alda Marco Antônio, anunciou o fechamento de mais de três mil vagas em 40 albergues no município, principalmente as unidades localizadas na área central da cidade. Pelo menos mil vagas já foram cortadas até agora. Da mesma forma, foram esvaziadas as políticas complementares dos albergues nas áreas da saúde, da habitação e da formação profissional. O objetivo da secretária é forçar o deslocamento dessa população para os albergues localizados na periferia.
Essa política de “faxina social” do centro comprovou-se um desastre. Os albergados se recusam a ir para os bairros e, quando levados para lá, na primeira oportunidade voltam para o centro. É fácil entender por que isso acontece: o centro é a região onde conseguem comida e até algum dinheiro para sobreviver. Sem ter onde se apoiar, uma vez que a política antisocial da prefeitura eliminou vagas nos albergues centrais e não ofereceu qualquer alternativa aos usuários, eles simplesmente vão dormir nas ruas.
José Américo é vereador da cidade de São Paulo e líder da bancada do PT na Câmara.
domingo, 18 de abril de 2010
POR QUE A FOLHA MENTE ( MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE)
* Leia artigo de Emir Sader publicado no blog do Emir - Agência Carta Maior
As elites de um país, por definição, consideram que representam os interesses gerais do mesmo. A imprensa, com muito mais razão, porque está selecionando o que considera essencial para fazer passar aos leitores, porque opina diariamente em editoriais – e em matérias editorializadas, que não separam informação de opinião, cada vez mais constantes – sobre temas do país e do mundo.
A FSP, como exemplo típico da elite paulistana, é um jornal que passou a MENTIR abertamente, em particular desde o começo do governo Lula. Tendo se casado com o governo FHC – expressão mais acabada da elite paulistana -, a empresa viveu mal o seu fracasso e a vitória de Lula. Jogou-se inteiramente na operação “mensalão”, desatada por uma entrevista de uma jornalista tucana do jornal, que eles consideravam a causa mortis do governo Lula, da mesma forma que Carlos Lacerda,na Tribuna da Imprensa, se considerava o responsável pela queda do Getúlio.
Só que a história se repetiria como farsa. Conta-se que, numa reunião do comitê de redação da empresa, Otavio Frias Filho – herdeiro da empresa dirigida pelo pai -, assim que Lula ganhou de novo em 2006, dava voltas, histérico, em torno da mesa, gritando “Onde é que nós erramos, onde é que nós erramos”, quando o candidato apoiado pela empresa, Alckmin, foi derrotado.
O jornal entrou, ao longo da década atual, numa profunda crise de identidade, forjada na década anterior, quando FHC apareceu como o representante mor da direita brasileira, foi se isolando e terminou penosamente como o político mais rejeitado do país, substituído pelo sucesso de Lula. Um presidente nordestino, proveniente dos imigrantes, discriminados em São Paulo, apesar de construir grande parte da riqueza do estado de que se apropria a burguesia. Derrotou àquele que, junto com FHC, é o político mais ligado à empresa – Serra -, que sempre que está sem mandato reassume sua coluna no jornal, fala regularmente com a direção da empresa, aponta jornalistas para cargos de direção – como a bem cheirosa jornalista brasiliense, entre outros – e exige que mandem embora outros, que ele considera que não atuam com todo o empenho a seu favor.
O desespero se apoderou da direção do jornal quando constatou não apenas que Lula sobrevivia à crise manipulada pelo jornal, como saía mais forte e se consolidava como o mais importante estadista brasileiro das últimas décadas, relegando a FHC a um lugar de mandatário fracassado. O jornal perdeu o rumo e passou a atuar de forma cada vez mais partidária, perdendo credibilidade e tiragem ano a ano, até chegar à assunção, por parte de uma executiva da empresa, de que são um partido, confissão que não requer comprovações posteriores. Os empregados do jornal, incluídos todos os jornalistas, ficam assim catalogados como militantes de um partido (tucano, óbvio) político, perdendo a eventual inocência que podiam ainda ter. Cada edição do jornal, cada coluna, cada notícia, cada pesquisa cada editorial, ganharam um sentido novo: orientação política para a (debilitada, conforme confissão da executiva) oposição.
Assim, o jornal menos ainda poderia dizer a verdade. Já nunca confessou a verdade sobre a conclamação aberta à ditadura e o apoio ao golpe militar em 1964 – o regime mais antidemocrático que o país já teve -, do que nunca fez uma autocrítica. Menos ainda da empresa ter emprestado seus carros para operações dos órgãos repressivos do regime de terror que a ditadura tinha imposto, para atuar contra opositores. Foi assim acumulando um passado nebuloso, a que acrescentou um presente vergonhoso.
Episódios como o da “ditabranda”, da ficha falsa da Dilma, da acusação de que o governo teria “matado” (sic) os passageiros do avião da TAM, o vergonhoso artigo de mais um ex-esquerdista que o jornal se utiliza contra a esquerda, com baixezas típicas de um renegado, contra o Lula, a manipulação de pesquisas, o silêncio sobre pesquisas que contrariam as suas (os leitores não conhecem até hoje, a pesquisa da Vox Populi, que contraria a da FSP que, como disse um colunista da própria empresa, era o oxigênio que o candidato do jornal precisava, caso contrário o lançamento da sua candidatura seria “um funeral” (sic). Tudo mostra o rabo preso do jornal com as elites decadentes do país, com o epicentro em São Paulo, que lutam desesperadamente para tentar reaver a apropriação do governo e do Estado brasileiros.
Esse desespero e as mentiras do jornal são tanto maiores, quanto mais se aprofunda a diminuição de tiragem e a crise econômica do jornal, que precisa de um presidente que tenha laços carnais com a empresa e teria dificuldades para obter apoios de um governo cuja candidata é a atacada frontalmente todos os dias pelo jornal.
Por isso a FOLHA MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE. Mentirá no fim de semana com nova pesquisa, em que tratará de rebater, com cifras manipuladas – por exemplo, como sempre faz, dando um peso desproporcional a São Paulo em relação aos outros estados -, a irresistível ascensão de Dilma, que tratará de esconder até onde possa e demonstrar que o pífio lançamento de Serra o teria catapultado às alturas. Ou bastaria manter a seu candidato na frente, para fortalecer as posições do partido que dirigem.
Mas quem acredita na isenção de uma pesquisa da Databranda, depois de tudo o que jornal fez, faz e fará, disse, diz e dirá, como partido assumido de oposição? Ninguem mais crê na empresa da família Frias, só mesmo os jornalistas-militantes que vivem dos seus salários e os membros da oposição, com a água pelo pescoço, tentando passar a idéia de que ainda poderiam ganhar a eleição.
Alertemos a todos, sobre essa próxima e as próximas mentiras da Folha, partido da oposição, partido das elites paulistas, partido da reação conservadora que quer voltar ao poder no Brasil, para mantê-lo como um país injusto, desigual, que exclui à maioria da sua população e foi governado para um terço e não para os 190 milhoes de habitante.
Por isso a FOLHA MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE
As elites de um país, por definição, consideram que representam os interesses gerais do mesmo. A imprensa, com muito mais razão, porque está selecionando o que considera essencial para fazer passar aos leitores, porque opina diariamente em editoriais – e em matérias editorializadas, que não separam informação de opinião, cada vez mais constantes – sobre temas do país e do mundo.
A FSP, como exemplo típico da elite paulistana, é um jornal que passou a MENTIR abertamente, em particular desde o começo do governo Lula. Tendo se casado com o governo FHC – expressão mais acabada da elite paulistana -, a empresa viveu mal o seu fracasso e a vitória de Lula. Jogou-se inteiramente na operação “mensalão”, desatada por uma entrevista de uma jornalista tucana do jornal, que eles consideravam a causa mortis do governo Lula, da mesma forma que Carlos Lacerda,na Tribuna da Imprensa, se considerava o responsável pela queda do Getúlio.
Só que a história se repetiria como farsa. Conta-se que, numa reunião do comitê de redação da empresa, Otavio Frias Filho – herdeiro da empresa dirigida pelo pai -, assim que Lula ganhou de novo em 2006, dava voltas, histérico, em torno da mesa, gritando “Onde é que nós erramos, onde é que nós erramos”, quando o candidato apoiado pela empresa, Alckmin, foi derrotado.
O jornal entrou, ao longo da década atual, numa profunda crise de identidade, forjada na década anterior, quando FHC apareceu como o representante mor da direita brasileira, foi se isolando e terminou penosamente como o político mais rejeitado do país, substituído pelo sucesso de Lula. Um presidente nordestino, proveniente dos imigrantes, discriminados em São Paulo, apesar de construir grande parte da riqueza do estado de que se apropria a burguesia. Derrotou àquele que, junto com FHC, é o político mais ligado à empresa – Serra -, que sempre que está sem mandato reassume sua coluna no jornal, fala regularmente com a direção da empresa, aponta jornalistas para cargos de direção – como a bem cheirosa jornalista brasiliense, entre outros – e exige que mandem embora outros, que ele considera que não atuam com todo o empenho a seu favor.
O desespero se apoderou da direção do jornal quando constatou não apenas que Lula sobrevivia à crise manipulada pelo jornal, como saía mais forte e se consolidava como o mais importante estadista brasileiro das últimas décadas, relegando a FHC a um lugar de mandatário fracassado. O jornal perdeu o rumo e passou a atuar de forma cada vez mais partidária, perdendo credibilidade e tiragem ano a ano, até chegar à assunção, por parte de uma executiva da empresa, de que são um partido, confissão que não requer comprovações posteriores. Os empregados do jornal, incluídos todos os jornalistas, ficam assim catalogados como militantes de um partido (tucano, óbvio) político, perdendo a eventual inocência que podiam ainda ter. Cada edição do jornal, cada coluna, cada notícia, cada pesquisa cada editorial, ganharam um sentido novo: orientação política para a (debilitada, conforme confissão da executiva) oposição.
Assim, o jornal menos ainda poderia dizer a verdade. Já nunca confessou a verdade sobre a conclamação aberta à ditadura e o apoio ao golpe militar em 1964 – o regime mais antidemocrático que o país já teve -, do que nunca fez uma autocrítica. Menos ainda da empresa ter emprestado seus carros para operações dos órgãos repressivos do regime de terror que a ditadura tinha imposto, para atuar contra opositores. Foi assim acumulando um passado nebuloso, a que acrescentou um presente vergonhoso.
Episódios como o da “ditabranda”, da ficha falsa da Dilma, da acusação de que o governo teria “matado” (sic) os passageiros do avião da TAM, o vergonhoso artigo de mais um ex-esquerdista que o jornal se utiliza contra a esquerda, com baixezas típicas de um renegado, contra o Lula, a manipulação de pesquisas, o silêncio sobre pesquisas que contrariam as suas (os leitores não conhecem até hoje, a pesquisa da Vox Populi, que contraria a da FSP que, como disse um colunista da própria empresa, era o oxigênio que o candidato do jornal precisava, caso contrário o lançamento da sua candidatura seria “um funeral” (sic). Tudo mostra o rabo preso do jornal com as elites decadentes do país, com o epicentro em São Paulo, que lutam desesperadamente para tentar reaver a apropriação do governo e do Estado brasileiros.
Esse desespero e as mentiras do jornal são tanto maiores, quanto mais se aprofunda a diminuição de tiragem e a crise econômica do jornal, que precisa de um presidente que tenha laços carnais com a empresa e teria dificuldades para obter apoios de um governo cuja candidata é a atacada frontalmente todos os dias pelo jornal.
Por isso a FOLHA MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE. Mentirá no fim de semana com nova pesquisa, em que tratará de rebater, com cifras manipuladas – por exemplo, como sempre faz, dando um peso desproporcional a São Paulo em relação aos outros estados -, a irresistível ascensão de Dilma, que tratará de esconder até onde possa e demonstrar que o pífio lançamento de Serra o teria catapultado às alturas. Ou bastaria manter a seu candidato na frente, para fortalecer as posições do partido que dirigem.
Mas quem acredita na isenção de uma pesquisa da Databranda, depois de tudo o que jornal fez, faz e fará, disse, diz e dirá, como partido assumido de oposição? Ninguem mais crê na empresa da família Frias, só mesmo os jornalistas-militantes que vivem dos seus salários e os membros da oposição, com a água pelo pescoço, tentando passar a idéia de que ainda poderiam ganhar a eleição.
Alertemos a todos, sobre essa próxima e as próximas mentiras da Folha, partido da oposição, partido das elites paulistas, partido da reação conservadora que quer voltar ao poder no Brasil, para mantê-lo como um país injusto, desigual, que exclui à maioria da sua população e foi governado para um terço e não para os 190 milhoes de habitante.
Por isso a FOLHA MENTE, MENTE, MENTE, DESESPERADAMENTE
I CONGRESSO DOS DZS : MERCADANTE DIZ "É PRECISO E É POSSÍVEL MUDAR SÃO PAULO"
Na presença de mais de mil militantes petistas, na noite dessa sexta-feira, dia 16, o senador Aloizio Mercadante disse estar convencido de que “é preciso e é possível mudar São Paulo”. Em discurso no 1º Congresso de Diretórios Zonais do PT da Capital, o senador traçou um diagnóstico dos principais problemas do Estado e ressaltou que o partido tem hoje “um imenso desafio mas também uma grande oportunidade”. Participaram também, entre outros, a ex-prefeita Marta Suplicy, o presidente estadual do PT, Edinho Silva, e o prefeito de Osasco, Emídio de Souza. O encontro reuniu 780 dirigentes de 36 diretórios zonais do partido na capital paulista.
“Quero dizer que nós temos neste ano a oportunidade de mudar a História de São Paulo”, discursou Mercadante. “Estaremos disputando com o partido que assumiu o poder em 1995, mas, se analisarmos bem, esse é o mesmo grupo que passou a governar o estado em 1983, com Franco Montoro. Ou seja: quem tem menos de 30 anos aqui em São Paulo não viveu outra experiência de governo que não seja essa. Por isso, temos um desafio, mas também uma oportunidade. Eu, nós, do PT, podemos representar essa mudança e falar mais alto ao coração do povo paulista”, ressaltou.
Em seguida, o senador traçou um diagnóstico da deterioração em vários setores do governo paulista, como transporte, educação, segurança, saúde e economia. “Não é possível que esse governo não assuma que não houve planejamento, que faltou visão de futuro, que faltou e que falta gestão”, afirmou Mercadante. Em sua análise, existe chance real para vencer as eleições para o governo de São Paulo porque, além de o governo federal ser o melhor avaliado em todos os tempos e do presidente Lula ser o de maior popularidade na História, o PT está completamente unido em torno desta chapa e deste desafio.
“Um exemplo é o apoio que tenho recebido para a minha pré-candidatura a governador. O partido tinha nomes fortes e muito capazes para disputar, como Antonio Palocci, Fernando Haddad, Arlindo Chinaglia, Marta Suplicy, Emidio de Souza e Eduardo Suplicy, mas todos compreenderam a necessidade de coesão e construímos o nosso projeto sem necessidade de disputa interna”, disse Mercadante. “Me sinto muito honrado com todo esse apoio e a confiança do presidente Lula. E temos feito alianças muito positivas com partidos que acreditam no mesmo projeto. Por isso, acredito que nós vamos governar São Paulo e recuperar a liderança que esse Estado costumava representar no país”.
O presidente estadual do PT, Edinho Silva, garantiu que as condições para a vitória foram criadas. “O povo está cansado. Os que governam São Paulo há anos foram incapazes de responder às demandas sociais e econômicas, aos serviços públicos essenciais, e as pessoas sabem disso. E é possível, sim, governar o estado de forma diferente. Vamos batalhar, com a força de nossa militância, para isso”. Pré-candidata ao Senado, a ex-prefeita Marta Suplicy acrescentou: “O que eu mais admiro em Aloizio Mercadante é a sua capacidade de estudo, o seu conhecimento e sua determinação de saber onde quer chegar, de ter metas, objetivos e projetos excelentes. Quando conquistarmos a cadeira de governador, vamos transformar São Paulo, que passará de locomotiva a trem bala”.
“Quero dizer que nós temos neste ano a oportunidade de mudar a História de São Paulo”, discursou Mercadante. “Estaremos disputando com o partido que assumiu o poder em 1995, mas, se analisarmos bem, esse é o mesmo grupo que passou a governar o estado em 1983, com Franco Montoro. Ou seja: quem tem menos de 30 anos aqui em São Paulo não viveu outra experiência de governo que não seja essa. Por isso, temos um desafio, mas também uma oportunidade. Eu, nós, do PT, podemos representar essa mudança e falar mais alto ao coração do povo paulista”, ressaltou.
Em seguida, o senador traçou um diagnóstico da deterioração em vários setores do governo paulista, como transporte, educação, segurança, saúde e economia. “Não é possível que esse governo não assuma que não houve planejamento, que faltou visão de futuro, que faltou e que falta gestão”, afirmou Mercadante. Em sua análise, existe chance real para vencer as eleições para o governo de São Paulo porque, além de o governo federal ser o melhor avaliado em todos os tempos e do presidente Lula ser o de maior popularidade na História, o PT está completamente unido em torno desta chapa e deste desafio.
“Um exemplo é o apoio que tenho recebido para a minha pré-candidatura a governador. O partido tinha nomes fortes e muito capazes para disputar, como Antonio Palocci, Fernando Haddad, Arlindo Chinaglia, Marta Suplicy, Emidio de Souza e Eduardo Suplicy, mas todos compreenderam a necessidade de coesão e construímos o nosso projeto sem necessidade de disputa interna”, disse Mercadante. “Me sinto muito honrado com todo esse apoio e a confiança do presidente Lula. E temos feito alianças muito positivas com partidos que acreditam no mesmo projeto. Por isso, acredito que nós vamos governar São Paulo e recuperar a liderança que esse Estado costumava representar no país”.
O presidente estadual do PT, Edinho Silva, garantiu que as condições para a vitória foram criadas. “O povo está cansado. Os que governam São Paulo há anos foram incapazes de responder às demandas sociais e econômicas, aos serviços públicos essenciais, e as pessoas sabem disso. E é possível, sim, governar o estado de forma diferente. Vamos batalhar, com a força de nossa militância, para isso”. Pré-candidata ao Senado, a ex-prefeita Marta Suplicy acrescentou: “O que eu mais admiro em Aloizio Mercadante é a sua capacidade de estudo, o seu conhecimento e sua determinação de saber onde quer chegar, de ter metas, objetivos e projetos excelentes. Quando conquistarmos a cadeira de governador, vamos transformar São Paulo, que passará de locomotiva a trem bala”.
BELO MONTE SERÁ MODELO PARA NOVAS HIDRELÉTRICAS NA REGIÃO AMAZÔNICA
Gustavo Paul e Mônica Tavares – O GLOBO
BRASÍLIA. Antes mesmo de ter suas obras iniciadas, a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), já faz história por seu aspecto emblemático e seus números superlativos. Demandou 35 anos de estudos, trata-se da maior hidrelétrica unicamente brasileira, da terceira maior do mundo, vai responder por cerca de 6,5% da energia do país, removerá mais terra do que o canal do Panamá (200,1 milhões de metros cúbicos de terra) e é o mais caro empreendimento hidrelétrico dos últimos anos, cujo investimento deve ultrapassar R$ 20 bilhões.
Mais do que isso, Belo Monte é considerada o parâmetro para a construção de hidrelétricas de grande porte na Região Amazônica.
Última fronteira da hidreletricidade brasileira, existem ali 22 estudos para geração energética, cujo potencial estimado é de 49 mil megawatts (MW), metade da geração do país.
Ao mesmo tempo, a polêmica em torno da obra é proporcional a seu tamanho. Os grupos adversários acusam-na de não ter a eficiência energética que promete e de causar danos irreparáveis às populações ribeirinhas e indígenas, além de provocar efeitos deletérios ao meio ambiente. Para eles, Belo Monte representa um risco para o futuro da Região Amazônica.
É tudo isso que estará em jogo no leilão previsto para a próxima terça-feira, na sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Dois consórcios devem disputar a licitação, e ganhará quem oferecer a menor tarifa de energia, cujo valor teto é de R$ 83 o megawatt/hora.
Para os milhões de consumidores brasileiros, ter Belo Monte em pé garantirá o crescimento da oferta de energia nas próximas décadas, a preços mais baratos e com menor impacto ambiental. Diante de um cenário de crescimento constante do consumo, a usina garante uma oferta substantiva de energia.
— O Brasil tem um consumo per capita de 2.300 quilowatts/ hora ao ano (kW/h), enquanto um país desenvolvido da Europa está entre sete mil e nove mil kW/h por ano. Nos EUA, chega a 14 mil kW/h anuais. Então não é difícil imaginar que o consumo per capita no Brasil vai aumentar muito. Temos de trabalhar com a necessidade de duplicar nossa geração até 2030 — explica o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.
‘Belo Monte tem de ser o paradigma’, diz Tolmasquim Sem Belo Monte, e equação energética brasileira fica mais cara ou mais suja, ou as duas coisas ao mesmo tempo, diz o governo.
A opção seriam usinas nucleares, térmicas a óleo ou alternativas de menor porte. Zimmermann lembra que a energia eólica, por exemplo, não pode representar mais de 20% do parque de geração, por depender do pouco confiável regime de ventos: — O carro-chefe da expansão brasileira é a hidreletricidade. Se não tiver Belo Monte, vamos ter de implantar outra fonte, e a prática mostra que são usinas cujo efeito ambiental é pior.
Dentro dessa estratégia, o governo não quer correr risco com Belo Monte. Quer respeitar o planejamento e os estudos socioambientais aprovados pelo Ibama. Caso contrário, não há dúvidas de que será mais difícil viabilizar as demais usinas. Na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), a bacia do Rio Tapajós, no sul do Pará, prevê sete empreendimentos.
— Belo Monte tem de ser o paradigma, uma obra exemplar, porque se não fizermos algo sustentável vamos condenar toda a expansão elétrica brasileira, que está na região amazônica — admite o presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Maurício Tolmasquim.
O coordenador do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ, Nivalde Castro, ressalta que, ao construir a usina, o país estará reafirmando a sua posição de ser uma das grandes economias verdes do mundo: — A Amazônia é muito grande.
Ali onde vai ser feita a usina é um pedacinho muito pequenininho da Amazônia.
Do ponto de vista econômico, Belo Monte é um desafio. Para aumentar a margem de lucro, os empreendedores terão de destinar 20% da energia para o mercado livre (onde a tarifa pode ser bem mais elevada que o teto estabelecido pelo governo) e para os autoprodutores.
É nessa equação que os empresários esperam arrecadar mais e, com isso, bancar o custo real da obra. O valor de R$ 19,6 bilhões — estabelecido pelo governo — é considerado irreal e a obra deve sair na casa dos R$ 25 bilhões, diz um empresário.
— Normalmente, o valor do risco geológico de uma usina está em torno de 20%, o que significa R$ 4 bilhões neste caso — diz o consultor Afonso Henriques.
BRASÍLIA. Antes mesmo de ter suas obras iniciadas, a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), já faz história por seu aspecto emblemático e seus números superlativos. Demandou 35 anos de estudos, trata-se da maior hidrelétrica unicamente brasileira, da terceira maior do mundo, vai responder por cerca de 6,5% da energia do país, removerá mais terra do que o canal do Panamá (200,1 milhões de metros cúbicos de terra) e é o mais caro empreendimento hidrelétrico dos últimos anos, cujo investimento deve ultrapassar R$ 20 bilhões.
Mais do que isso, Belo Monte é considerada o parâmetro para a construção de hidrelétricas de grande porte na Região Amazônica.
Última fronteira da hidreletricidade brasileira, existem ali 22 estudos para geração energética, cujo potencial estimado é de 49 mil megawatts (MW), metade da geração do país.
Ao mesmo tempo, a polêmica em torno da obra é proporcional a seu tamanho. Os grupos adversários acusam-na de não ter a eficiência energética que promete e de causar danos irreparáveis às populações ribeirinhas e indígenas, além de provocar efeitos deletérios ao meio ambiente. Para eles, Belo Monte representa um risco para o futuro da Região Amazônica.
É tudo isso que estará em jogo no leilão previsto para a próxima terça-feira, na sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Dois consórcios devem disputar a licitação, e ganhará quem oferecer a menor tarifa de energia, cujo valor teto é de R$ 83 o megawatt/hora.
Para os milhões de consumidores brasileiros, ter Belo Monte em pé garantirá o crescimento da oferta de energia nas próximas décadas, a preços mais baratos e com menor impacto ambiental. Diante de um cenário de crescimento constante do consumo, a usina garante uma oferta substantiva de energia.
— O Brasil tem um consumo per capita de 2.300 quilowatts/ hora ao ano (kW/h), enquanto um país desenvolvido da Europa está entre sete mil e nove mil kW/h por ano. Nos EUA, chega a 14 mil kW/h anuais. Então não é difícil imaginar que o consumo per capita no Brasil vai aumentar muito. Temos de trabalhar com a necessidade de duplicar nossa geração até 2030 — explica o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.
‘Belo Monte tem de ser o paradigma’, diz Tolmasquim Sem Belo Monte, e equação energética brasileira fica mais cara ou mais suja, ou as duas coisas ao mesmo tempo, diz o governo.
A opção seriam usinas nucleares, térmicas a óleo ou alternativas de menor porte. Zimmermann lembra que a energia eólica, por exemplo, não pode representar mais de 20% do parque de geração, por depender do pouco confiável regime de ventos: — O carro-chefe da expansão brasileira é a hidreletricidade. Se não tiver Belo Monte, vamos ter de implantar outra fonte, e a prática mostra que são usinas cujo efeito ambiental é pior.
Dentro dessa estratégia, o governo não quer correr risco com Belo Monte. Quer respeitar o planejamento e os estudos socioambientais aprovados pelo Ibama. Caso contrário, não há dúvidas de que será mais difícil viabilizar as demais usinas. Na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), a bacia do Rio Tapajós, no sul do Pará, prevê sete empreendimentos.
— Belo Monte tem de ser o paradigma, uma obra exemplar, porque se não fizermos algo sustentável vamos condenar toda a expansão elétrica brasileira, que está na região amazônica — admite o presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Maurício Tolmasquim.
O coordenador do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ, Nivalde Castro, ressalta que, ao construir a usina, o país estará reafirmando a sua posição de ser uma das grandes economias verdes do mundo: — A Amazônia é muito grande.
Ali onde vai ser feita a usina é um pedacinho muito pequenininho da Amazônia.
Do ponto de vista econômico, Belo Monte é um desafio. Para aumentar a margem de lucro, os empreendedores terão de destinar 20% da energia para o mercado livre (onde a tarifa pode ser bem mais elevada que o teto estabelecido pelo governo) e para os autoprodutores.
É nessa equação que os empresários esperam arrecadar mais e, com isso, bancar o custo real da obra. O valor de R$ 19,6 bilhões — estabelecido pelo governo — é considerado irreal e a obra deve sair na casa dos R$ 25 bilhões, diz um empresário.
— Normalmente, o valor do risco geológico de uma usina está em torno de 20%, o que significa R$ 4 bilhões neste caso — diz o consultor Afonso Henriques.
sábado, 17 de abril de 2010
COMPROMISSO COM O FUTURO
Compromisso com o futuro
Artigo • Dilma Rousseff – VEJA
“A revolução na educação brasileira não está marcada para começar
no ano que vem. Começou com Lula, a partir de tudo o que havia
sido construído antes dele”
Dilma Rousseff é candidata do PT à Presidência da República
Protagonista de um extraordinário enredo de progresso e amadurecimento, o Brasil está diante de um desafio imposto a poucos países. Manter a rota virtuosa traçada nos últimos anos ou pôr um freio às recentes conquistas sociais e econômicas? Promover o salto ainda maior, esperado por uma população que voltou a sonhar alto, ou retroceder aos passos lentos e sofríveis das duas décadas anteriores? Os que me conhecem sabem que, diante dessas indagações, eu fico com as primeiras respostas.
Não se trata de ver o país como uma escala binária entre o certo e o errado, entre o bom e o mau, entre o bonito e o feio. Trata-se de reconhecer a vitalidade de um momento definidor dos rumos do Brasil. Há vinte anos batendo às portas do clube dos países desenvolvidos, estamos a um passo de atravessar o seu umbral. Com estabilidade. Sem sobressaltos.
Poucas nações tiveram a oportunidade posta à disposição do Brasil. Estamos diante de uma versão nacional do Tratado de Kanagawa, firmado entre Japão e Estados Unidos, em 1854, que permitiu aos japoneses iniciar a grande virada em sua industrialização. Ou algo como a etapa seguinte à Guerra da Secessão nos Estados Unidos, quando norte-americanos se viram sob o acúmulo crescente de capital, expansão territorial e revolução nos transportes, a ponto de ultrapassarem os britânicos como a maior economia mundial. Talvez haja semelhança com o passo fundamental das reformas chinesas, iniciadas ao fim da década de 1970 por Deng Xiaoping, que impulsionaram a arrancada capaz de trazer à China a marca do gigante.
“Estamos diante de uma versão nacional do Tratado de Kanagawa, de 1854, que permitiu aos japoneses iniciar a grande virada em sua industrialização. Ou algo como a etapa seguinte à Guerra da Secessão nos Estados Unidos, quando norte-americanos se viram sob o acúmulo crescente de capital, expansão territorial e revolução nos transportes“
Resguardadas as circunstâncias históricas específicas de cada trajetória de desenvolvimento, o Brasil vive o seu momento. Sem se resignar à condição de cópia melhorada, mera reprodução de modelos importados, está construindo sua própria história, a partir das suas necessidades, singularidades e esperanças. Buscamos enterrar, de uma vez por todas, uma marca que se repetia de maneira exasperante: a enorme distância entre o falar e o fazer, entre o discurso e a realidade.
A gigantesca incorporação de grandes contingentes do povo ao mercado de consumo, por via do controle da inflação, das políticas sociais agressivas e da distribuição de renda, mostra que é hora de deixar o passado onde ele deve estar: para trás. Do mesmo modo, pode-se citar o fato de que, no governo Lula, do qual fiz parte, com muito orgulho, o Brasil rompeu a rotina histórica segundo a qual os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento crescerão quando crescerem os países ricos, e entrarão em crise junto com eles. Fomos os últimos a trafegar pelo terreno pantanoso da crise financeira internacional, e os primeiros a atravessá-lo. Repita-se: com estabilidade e sem sobressaltos. E sempre sob a proteção visível da democracia.
Não é boa política ignorar o passado. É preciso coragem para voltar os olhos aos erros cometidos, a fim de evitá-los no futuro. É assim que se constrói algo novo. Políticos que têm legítima ambição de chegar ao poder não podem fingir que caíram de paraquedas no meio da refrega. Como se não tivessem pisado em outros tapetes. Devem, contudo, uma vez esclarecido o que fizeram ou deixaram de fazer em suas trajetórias, voltar-se para o futuro e oferecer propostas ao julgamento do eleitor.
O Brasil é um país sedento de novas ideias, ávido por políticas públicas inovadoras que atendam às suas maiores carências. Quem aspira ao poder deve exibi-las, desde já, em vez de se preocupar apenas em depreciar o que está sendo feito. O salto para o futuro, em construção no presente, exige que se desatem alguns nós que nos prendem ao passado. Não há exemplo mais importante dessa imposição do que o caráter indispensável, fundamental, de uma educação de qualidade.
A educação é um dos gargalos para o desenvolvimento sustentado e para a elevação definitiva do padrão de vida dos brasileiros. O Brasil tem pressa. Enfrentará em breve – e nesse assunto não medimos o tempo por décadas ou anos, mas por meses – os desafios da sociedade do conhecimento. Precisa superar um atraso de raiz secular e, ao mesmo tempo, saltar para um futuro de acesso pleno, democrático, popular, à educação, ao ensino, à informação. Com rapidez. Sem pestanejar.
O governo Lula lançou as bases para essa nova etapa do desenvolvimento brasileiro. Retirou a política educacional de um estado de lassidão e a levou a uma mudança de paradigma. Ainda que se deva reconhecer que no governo anterior houve significativo investimento no aumento da escolaridade, no incremento do número de matrículas e na efetiva implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, na virada do milênio esses acertos se mostraram escassos para a exigência da nação. Houve negligência em relação ao ensino médio, estagnação do ensino técnico, paralisia das universidades públicas – com a duvidosa contrapartida de uma concepção privatista da educação, estimulando a criação desenfreada de escolas e faculdades particulares.
Lula reconstruiu a gestão da educação brasileira. Corrigiu a política da indiferença e estabeleceu novas prioridades – menos teóricas do que práticas, realizadas de fato ao longo de seu governo: uma política integrada de ensino, da creche à universidade; universalização da educação básica de qualidade; democratização do acesso ao ensino; garantia de permanência dos alunos na escola; superação da exclusão por classe social, etnia ou gênero; fortalecimento da relação do ensino com o trabalho; e, por último, mas, no entanto, mais importante, valorização dos profissionais da educação.
“A gigantesca incorporação de grandes contingentes do povo ao mercado de consumo, por via do controle da inflação, das políticas sociais agressivas e da distribuição de renda, mostra que é hora de deixar o passado onde ele deve estar: para trás“
A revolução na educação brasileira não está marcada para começar no ano que vem. Começou com Lula, a partir de tudo o que havia sido construído antes dele, e a despeito de tudo o que se deixou de fazer antes que ele chegasse à Presidência. Política educacional – boa ou má – demora a mostrar resultados, e não pode ser feita aos soluços, mas como processo, caminhada constante. O espaço deste artigo, mesmo que generoso, não é suficiente para enumerar o que se fez nos últimos sete anos pela educação. A campanha eleitoral oferecerá o tempo necessário. O mais oportuno, aqui, é falar do próximo grande passo. O pulo do gato, talvez. O movimento que pode significar a diferença entre um salto para o futuro e uma volta à estagnação.
Assegurada a continuação das mudanças implantadas por Lula, a revolução evoluirá naturalmente para a ampla democracia no acesso à informação, à tecnologia, à cultura e, para usar a expressão mais contemporânea que resume tudo isso, ao conhecimento. O próximo grande passo é o pleno direito popular de acesso à internet em alta velocidade. Quanto maior a capacidade de um povo de processar informações complexas, mais conhecimento, riqueza e poder esse povo terá. A inclusão digital é uma exigência econômica, social e cultural, imprescindível para a competição entre os países e para as necessidades dos cidadãos.
Há enormes desigualdades a vencer nesse campo. Tão acentuadas ou até maiores que as que separam os brasileiros pobres e ricos em outros ramos de atividade. Mas nós temos um compromisso: superar a exclusão digital e, já numa primeira etapa, democratizar e universalizar o uso da internet de maneira massiva nas escolas públicas de todo o país. Nós temos os meios e os recursos para promover a revolução digital na educação. Teremos, inclusive, amparo legislativo, com uma lei, de autoria do senador do meu partido, Aloizio Mercadante, que prevê o uso intensivo de banda larga e a produção de material didático digitalizado em todas as escolas públicas.
Não vai demorar muito para que o Brasil seja, também, um país democrático quanto ao acesso pleno à informação. Essa revolução já começou nas escolas. E levará sua riqueza para todos os professores e estudantes do país.
Artigo • Dilma Rousseff – VEJA
“A revolução na educação brasileira não está marcada para começar
no ano que vem. Começou com Lula, a partir de tudo o que havia
sido construído antes dele”
Dilma Rousseff é candidata do PT à Presidência da República
Protagonista de um extraordinário enredo de progresso e amadurecimento, o Brasil está diante de um desafio imposto a poucos países. Manter a rota virtuosa traçada nos últimos anos ou pôr um freio às recentes conquistas sociais e econômicas? Promover o salto ainda maior, esperado por uma população que voltou a sonhar alto, ou retroceder aos passos lentos e sofríveis das duas décadas anteriores? Os que me conhecem sabem que, diante dessas indagações, eu fico com as primeiras respostas.
Não se trata de ver o país como uma escala binária entre o certo e o errado, entre o bom e o mau, entre o bonito e o feio. Trata-se de reconhecer a vitalidade de um momento definidor dos rumos do Brasil. Há vinte anos batendo às portas do clube dos países desenvolvidos, estamos a um passo de atravessar o seu umbral. Com estabilidade. Sem sobressaltos.
Poucas nações tiveram a oportunidade posta à disposição do Brasil. Estamos diante de uma versão nacional do Tratado de Kanagawa, firmado entre Japão e Estados Unidos, em 1854, que permitiu aos japoneses iniciar a grande virada em sua industrialização. Ou algo como a etapa seguinte à Guerra da Secessão nos Estados Unidos, quando norte-americanos se viram sob o acúmulo crescente de capital, expansão territorial e revolução nos transportes, a ponto de ultrapassarem os britânicos como a maior economia mundial. Talvez haja semelhança com o passo fundamental das reformas chinesas, iniciadas ao fim da década de 1970 por Deng Xiaoping, que impulsionaram a arrancada capaz de trazer à China a marca do gigante.
“Estamos diante de uma versão nacional do Tratado de Kanagawa, de 1854, que permitiu aos japoneses iniciar a grande virada em sua industrialização. Ou algo como a etapa seguinte à Guerra da Secessão nos Estados Unidos, quando norte-americanos se viram sob o acúmulo crescente de capital, expansão territorial e revolução nos transportes“
Resguardadas as circunstâncias históricas específicas de cada trajetória de desenvolvimento, o Brasil vive o seu momento. Sem se resignar à condição de cópia melhorada, mera reprodução de modelos importados, está construindo sua própria história, a partir das suas necessidades, singularidades e esperanças. Buscamos enterrar, de uma vez por todas, uma marca que se repetia de maneira exasperante: a enorme distância entre o falar e o fazer, entre o discurso e a realidade.
A gigantesca incorporação de grandes contingentes do povo ao mercado de consumo, por via do controle da inflação, das políticas sociais agressivas e da distribuição de renda, mostra que é hora de deixar o passado onde ele deve estar: para trás. Do mesmo modo, pode-se citar o fato de que, no governo Lula, do qual fiz parte, com muito orgulho, o Brasil rompeu a rotina histórica segundo a qual os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento crescerão quando crescerem os países ricos, e entrarão em crise junto com eles. Fomos os últimos a trafegar pelo terreno pantanoso da crise financeira internacional, e os primeiros a atravessá-lo. Repita-se: com estabilidade e sem sobressaltos. E sempre sob a proteção visível da democracia.
Não é boa política ignorar o passado. É preciso coragem para voltar os olhos aos erros cometidos, a fim de evitá-los no futuro. É assim que se constrói algo novo. Políticos que têm legítima ambição de chegar ao poder não podem fingir que caíram de paraquedas no meio da refrega. Como se não tivessem pisado em outros tapetes. Devem, contudo, uma vez esclarecido o que fizeram ou deixaram de fazer em suas trajetórias, voltar-se para o futuro e oferecer propostas ao julgamento do eleitor.
O Brasil é um país sedento de novas ideias, ávido por políticas públicas inovadoras que atendam às suas maiores carências. Quem aspira ao poder deve exibi-las, desde já, em vez de se preocupar apenas em depreciar o que está sendo feito. O salto para o futuro, em construção no presente, exige que se desatem alguns nós que nos prendem ao passado. Não há exemplo mais importante dessa imposição do que o caráter indispensável, fundamental, de uma educação de qualidade.
A educação é um dos gargalos para o desenvolvimento sustentado e para a elevação definitiva do padrão de vida dos brasileiros. O Brasil tem pressa. Enfrentará em breve – e nesse assunto não medimos o tempo por décadas ou anos, mas por meses – os desafios da sociedade do conhecimento. Precisa superar um atraso de raiz secular e, ao mesmo tempo, saltar para um futuro de acesso pleno, democrático, popular, à educação, ao ensino, à informação. Com rapidez. Sem pestanejar.
O governo Lula lançou as bases para essa nova etapa do desenvolvimento brasileiro. Retirou a política educacional de um estado de lassidão e a levou a uma mudança de paradigma. Ainda que se deva reconhecer que no governo anterior houve significativo investimento no aumento da escolaridade, no incremento do número de matrículas e na efetiva implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, na virada do milênio esses acertos se mostraram escassos para a exigência da nação. Houve negligência em relação ao ensino médio, estagnação do ensino técnico, paralisia das universidades públicas – com a duvidosa contrapartida de uma concepção privatista da educação, estimulando a criação desenfreada de escolas e faculdades particulares.
Lula reconstruiu a gestão da educação brasileira. Corrigiu a política da indiferença e estabeleceu novas prioridades – menos teóricas do que práticas, realizadas de fato ao longo de seu governo: uma política integrada de ensino, da creche à universidade; universalização da educação básica de qualidade; democratização do acesso ao ensino; garantia de permanência dos alunos na escola; superação da exclusão por classe social, etnia ou gênero; fortalecimento da relação do ensino com o trabalho; e, por último, mas, no entanto, mais importante, valorização dos profissionais da educação.
“A gigantesca incorporação de grandes contingentes do povo ao mercado de consumo, por via do controle da inflação, das políticas sociais agressivas e da distribuição de renda, mostra que é hora de deixar o passado onde ele deve estar: para trás“
A revolução na educação brasileira não está marcada para começar no ano que vem. Começou com Lula, a partir de tudo o que havia sido construído antes dele, e a despeito de tudo o que se deixou de fazer antes que ele chegasse à Presidência. Política educacional – boa ou má – demora a mostrar resultados, e não pode ser feita aos soluços, mas como processo, caminhada constante. O espaço deste artigo, mesmo que generoso, não é suficiente para enumerar o que se fez nos últimos sete anos pela educação. A campanha eleitoral oferecerá o tempo necessário. O mais oportuno, aqui, é falar do próximo grande passo. O pulo do gato, talvez. O movimento que pode significar a diferença entre um salto para o futuro e uma volta à estagnação.
Assegurada a continuação das mudanças implantadas por Lula, a revolução evoluirá naturalmente para a ampla democracia no acesso à informação, à tecnologia, à cultura e, para usar a expressão mais contemporânea que resume tudo isso, ao conhecimento. O próximo grande passo é o pleno direito popular de acesso à internet em alta velocidade. Quanto maior a capacidade de um povo de processar informações complexas, mais conhecimento, riqueza e poder esse povo terá. A inclusão digital é uma exigência econômica, social e cultural, imprescindível para a competição entre os países e para as necessidades dos cidadãos.
Há enormes desigualdades a vencer nesse campo. Tão acentuadas ou até maiores que as que separam os brasileiros pobres e ricos em outros ramos de atividade. Mas nós temos um compromisso: superar a exclusão digital e, já numa primeira etapa, democratizar e universalizar o uso da internet de maneira massiva nas escolas públicas de todo o país. Nós temos os meios e os recursos para promover a revolução digital na educação. Teremos, inclusive, amparo legislativo, com uma lei, de autoria do senador do meu partido, Aloizio Mercadante, que prevê o uso intensivo de banda larga e a produção de material didático digitalizado em todas as escolas públicas.
Não vai demorar muito para que o Brasil seja, também, um país democrático quanto ao acesso pleno à informação. Essa revolução já começou nas escolas. E levará sua riqueza para todos os professores e estudantes do país.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
OS BRIC: PENSANDO O FUTURO
Luiz Inácio Lula da Silva*
Artigo publicado em O Estado de S. Paulo – 16/04/2010
O grupo Bric nasceu há dez anos como uma mera sigla. Identificava um grupo de países que começava a transformar a realidade global.
Essas mudanças começam pelo fato de que, juntos, Brasil, Rússia, Índia e China já contribuem com 15% do PIB mundial. Somos países onde tudo é em grande escala. Representamos quase metade da população mundial, 20% da superfície terrestre e possuímos recursos naturais abundantes.
Somos, sobretudo, nações conscientes de nosso potencial como agentes de renovação. Por isso, os Bric já não são apenas um conjunto de letras. São uma referência incontornável na tomada das principais decisões internacionais. Estamos unindo esforços e coordenando posições para propor uma discussão mais transparente e democrática dos desafios que defrontam a humanidade como um todo.
É esta a mensagem que o Brasil levará à segunda reunião em nível presidencial dos Bric, que se realiza, no próximo dia 16 de abril, em Brasília. Apostamos numa articulação diplomática criativa e pragmática.
Já demonstramos nosso compromisso com o enfrentamento de desafios globais como os da segurança alimentar e da produção de energia no contexto das ameaças da mudança climática.
Mas o verdadeiro batismo de fogo do grupo ocorreu durante a crise global. A sólida reação dos quatro países à derrocada econômica do mundo desenvolvido abriu alternativas, por distintos caminhos, aos surrados dogmas herdados de ontem.
A recessão global não diminuiu o peso dos Bric – muito pelo contrário.
Propusemos estratégias coletivas para superar a crise e dar aos países em desenvolvimento um peso compatível na agenda internacional.
O colapso dos mercados financeiros é sintomático da falência de paradigmas antes tidos como inquestionáveis. Desabaram as verdades sobre a desregulamentação dos mercados. Ruiu o ideal do Estado mínimo.
A flexibilização dos direitos trabalhistas deixou de ser um mantra para combater o desemprego. Quando despencaram todas essas ortodoxias, foi a mão visível do Estado que protegeu o sistema econômico do colapso criado pela mão invisível do mercado.
Enquanto alguns dos principais países deixavam prosperar excessos especulativos, os Bric promoveram crescimento focado no trabalho e na prudência. No Brasil, nunca perdemos de vista o imperativo de enfrentar a desigualdade social. Como resultado, desde 2003, 20 milhões de brasileiros deixaram a pobreza e ganharam os direitos da cidadania plena.
No G-20, propomos saídas para a crise apoiadas em políticas anticíclicas, regulação dos mercados, combate aos paraísos fiscais e renovação das instituições de Bretton Woods.
Não podemos deixar que os sinais incipientes de recuperação da economia mundial sirvam de pretexto para abandonar os compromissos de reforma dessas organizações. Os membros do Bric não injetaram quase US$ 100 bilhões no FMI para que tudo ficasse como antes.
Seguiremos defendendo a democratização do processo multilateral de tomada de decisão. Os países pobres e em desenvolvimento têm o direito de serem ouvidos. Reduzir o fosso que os separa dos países ricos não é só questão de justiça. Disso depende a estabilidade econômica, social e política mundial. É nossa melhor contribuição para a paz.
Os recursos necessários para superar a fome e a pobreza são volumosos, mas modestos, quando comparados ao custo de resgatar bancos falidos e instituições financeiras vítimas de sua ganância especulativa. Não adianta oferecer alimentos e caridade, se não ajudarmos os países a realizar seu potencial econômico e agrícola.
Mesmo esses esforços estruturantes serão insuficientes para reverter a insegurança alimentar que aflige centenas de milhões enquanto persistir a distorção do comércio agrícola mundial. Os subsídios abusivos dos países ricos desestimulam a produção local, fomentam a dependência e desviam recursos melhor aplicados em programas de desenvolvimento. Por isso, é inadiável a conclusão da Rodada Doha.
Em nenhum tema o impasse negociador é tão grave quanto na questão ambiental. Por isso, os Bric estão empenhados em ajudar a fechar o acordo que faltou em Copenhague. Reduzir os gases de efeito estufa e manter o crescimento robusto nos países em desenvolvimento requer que todos façam sua parte, como vêm demonstrando os Bric com iniciativas ambiciosas para mitigar suas emissões.
Por isso, os grandes poluidores históricos têm um encargo especial. O equilíbrio que o Protocolo de Kyoto estabelece é indispensável para podermos avançar juntos.
O cenário internacional está repleto de antigos problemas, ao mesmo tempo em que despontam novas ameaças. Nem os membros do Bric, nem qualquer outro país, tem condições de enfrentá-los isoladamente. O unilateralismo nos levou no passado a impasses, quando não a catástrofes humanas, como a do Iraque.
Dependemos cada vez mais uns dos outros. É imprescindível forjar uma governança global mais representativa e transparente, capaz de inspirar unidade de propósito e revitalizar a vontade coletiva em busca de soluções consensuais. Os Bric cumprirão com suas responsabilidades nessa caminhada.
*É PRESIDENTE DA REPÚBLICA E PREPAROU ESSE ARTIGO ANTES DA ABERTURA DA REUNIÃO DE CÚPULA DOS BRIC – CUJA AGENDA ACABOU SENDO ABREVIADA PARA APENAS UM DIA, A PEDIDO DO GOVERNO CHINÊS – PARA O SERVIÇO DE NOTÍCIAS GLOBAL VIEW POINT NETWORK, QUE É PUBLICADO COM EXCLUSIVIDADE NO BRASIL PELO ESTADO.
Artigo publicado em O Estado de S. Paulo – 16/04/2010
O grupo Bric nasceu há dez anos como uma mera sigla. Identificava um grupo de países que começava a transformar a realidade global.
Essas mudanças começam pelo fato de que, juntos, Brasil, Rússia, Índia e China já contribuem com 15% do PIB mundial. Somos países onde tudo é em grande escala. Representamos quase metade da população mundial, 20% da superfície terrestre e possuímos recursos naturais abundantes.
Somos, sobretudo, nações conscientes de nosso potencial como agentes de renovação. Por isso, os Bric já não são apenas um conjunto de letras. São uma referência incontornável na tomada das principais decisões internacionais. Estamos unindo esforços e coordenando posições para propor uma discussão mais transparente e democrática dos desafios que defrontam a humanidade como um todo.
É esta a mensagem que o Brasil levará à segunda reunião em nível presidencial dos Bric, que se realiza, no próximo dia 16 de abril, em Brasília. Apostamos numa articulação diplomática criativa e pragmática.
Já demonstramos nosso compromisso com o enfrentamento de desafios globais como os da segurança alimentar e da produção de energia no contexto das ameaças da mudança climática.
Mas o verdadeiro batismo de fogo do grupo ocorreu durante a crise global. A sólida reação dos quatro países à derrocada econômica do mundo desenvolvido abriu alternativas, por distintos caminhos, aos surrados dogmas herdados de ontem.
A recessão global não diminuiu o peso dos Bric – muito pelo contrário.
Propusemos estratégias coletivas para superar a crise e dar aos países em desenvolvimento um peso compatível na agenda internacional.
O colapso dos mercados financeiros é sintomático da falência de paradigmas antes tidos como inquestionáveis. Desabaram as verdades sobre a desregulamentação dos mercados. Ruiu o ideal do Estado mínimo.
A flexibilização dos direitos trabalhistas deixou de ser um mantra para combater o desemprego. Quando despencaram todas essas ortodoxias, foi a mão visível do Estado que protegeu o sistema econômico do colapso criado pela mão invisível do mercado.
Enquanto alguns dos principais países deixavam prosperar excessos especulativos, os Bric promoveram crescimento focado no trabalho e na prudência. No Brasil, nunca perdemos de vista o imperativo de enfrentar a desigualdade social. Como resultado, desde 2003, 20 milhões de brasileiros deixaram a pobreza e ganharam os direitos da cidadania plena.
No G-20, propomos saídas para a crise apoiadas em políticas anticíclicas, regulação dos mercados, combate aos paraísos fiscais e renovação das instituições de Bretton Woods.
Não podemos deixar que os sinais incipientes de recuperação da economia mundial sirvam de pretexto para abandonar os compromissos de reforma dessas organizações. Os membros do Bric não injetaram quase US$ 100 bilhões no FMI para que tudo ficasse como antes.
Seguiremos defendendo a democratização do processo multilateral de tomada de decisão. Os países pobres e em desenvolvimento têm o direito de serem ouvidos. Reduzir o fosso que os separa dos países ricos não é só questão de justiça. Disso depende a estabilidade econômica, social e política mundial. É nossa melhor contribuição para a paz.
Os recursos necessários para superar a fome e a pobreza são volumosos, mas modestos, quando comparados ao custo de resgatar bancos falidos e instituições financeiras vítimas de sua ganância especulativa. Não adianta oferecer alimentos e caridade, se não ajudarmos os países a realizar seu potencial econômico e agrícola.
Mesmo esses esforços estruturantes serão insuficientes para reverter a insegurança alimentar que aflige centenas de milhões enquanto persistir a distorção do comércio agrícola mundial. Os subsídios abusivos dos países ricos desestimulam a produção local, fomentam a dependência e desviam recursos melhor aplicados em programas de desenvolvimento. Por isso, é inadiável a conclusão da Rodada Doha.
Em nenhum tema o impasse negociador é tão grave quanto na questão ambiental. Por isso, os Bric estão empenhados em ajudar a fechar o acordo que faltou em Copenhague. Reduzir os gases de efeito estufa e manter o crescimento robusto nos países em desenvolvimento requer que todos façam sua parte, como vêm demonstrando os Bric com iniciativas ambiciosas para mitigar suas emissões.
Por isso, os grandes poluidores históricos têm um encargo especial. O equilíbrio que o Protocolo de Kyoto estabelece é indispensável para podermos avançar juntos.
O cenário internacional está repleto de antigos problemas, ao mesmo tempo em que despontam novas ameaças. Nem os membros do Bric, nem qualquer outro país, tem condições de enfrentá-los isoladamente. O unilateralismo nos levou no passado a impasses, quando não a catástrofes humanas, como a do Iraque.
Dependemos cada vez mais uns dos outros. É imprescindível forjar uma governança global mais representativa e transparente, capaz de inspirar unidade de propósito e revitalizar a vontade coletiva em busca de soluções consensuais. Os Bric cumprirão com suas responsabilidades nessa caminhada.
*É PRESIDENTE DA REPÚBLICA E PREPAROU ESSE ARTIGO ANTES DA ABERTURA DA REUNIÃO DE CÚPULA DOS BRIC – CUJA AGENDA ACABOU SENDO ABREVIADA PARA APENAS UM DIA, A PEDIDO DO GOVERNO CHINÊS – PARA O SERVIÇO DE NOTÍCIAS GLOBAL VIEW POINT NETWORK, QUE É PUBLICADO COM EXCLUSIVIDADE NO BRASIL PELO ESTADO.
VINCULO COM ESTADO DO RS APROXIMA DILMA DE FIERGS
Sérgio Bueno, de Porto Alegre – VALOR
Na primeira visita ao Rio Grande do Sul como pré-candidata à Presidência, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT) recebeu rasgados elogios de empresários em um almoço na Federação das Indústrias do Estado (Fiergs). Capacidade de gestão, condições de levar adiante iniciativas bem sucedidas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os vínculos com o Estado, onde construiu boa parte de sua carreira política, foram os atributos mais lembrados por alguns dos participantes do encontro.
“Precisamos de gente com representatividade que pensa e conhece a nossa realidade”, afirmou o presidente da Fiergs, Paulo Tigre. No discurso de saudação à ex-ministra, para 130 convidados, ele afirmou que no período “mais agudo” dos efeitos da crise sobre a economia brasileira, Dilma “teve um olhar diferenciado para o setor produtivo gaúcho”.
O executivo de um grande grupo, que pediu anonimato, disse que se para o empresariado paulista é “chique ser serrista”, Dilma tende a encontrar mais espaço no Rio Grande do Sul. O maior entrave é a tradição “esquerdista” do PT gaúcho, mas ele pode ser amenizado se o pré-candidato do PMDB ao governo estadual, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB) abrir o palanque para a ex-ministra, comentou a fonte.
Boa parte do PMDB gaúcho resiste em apoiar Dilma e Fogaça não foi ao almoço, mas o candidato a vice na chapa do ex-prefeito, deputado Pompeo de Mattos (PDT), disse que o palanque deve se abrir “ao natural” depois que o partido confirmar a aliança nacional com o PT. “O (Michel) Temer pode unir o PMDB em torno da Dilma”, comentou. O PDT já garantiu apoio ao PT na disputa. O pré-candidato do PT ao governo gaúcho, Tarso Genro, acompanhou Dilma até a Fiergs.
José Antônio Fernandes Martins, do conselho de administração da Marcopolo, disse que existem “boas possibilidades” para a eleição da petista, referindo-se à última pesquisa Sensus na qual ela aparece empatada com o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Para ele, Dilma tem “competência” suficiente para dar continuidade às políticas “corretas” do governo Lula. “O empresário que pensar no que era o Brasil antes do Lula e no que é agora pode até ser contra a ideologia do governo, mas terá que admitir que as ações tomadas foram absolutamente corretas”. Ele elogiou especialmente os resultados dos investimentos em infraestrutura e da decisão do governo de sustentar a oferta de crédito com os bancos públicos durante a crise. “Olha os balanços das empresas.”
Ricardo Felizzola, presidente dos conselhos de administração da Altus e da Teikondisse que aprova tanto o governo Lula quanto a gestão de Serra. Ele explicou que ainda não definiu o voto, mas admitiu que os pontos forte de Dilma são a capacidade de “liderança”, a “opinião forte embasada tecnicamente” e o fato de ela ser “gestora de qualidade”.
“Dilma é simpática e não tenho restrições a ela, mas preciso ouvir as propostas dos dois candidatos”, comentou o presidente do grupo Tramontina, Clóvis Tramontina.
Para empresários gaúchos, Dilma “evoluiu” desde que foi secretária estadual das Minas e Energia nos governos de Alceu Collares, do PDT (1991 a 1994), e Olívio Dutra, do PT (1999 a 2002), e nem o passado guerrilheiro dela parece assustar.
Segundo o diretor de relações institucionais da Timac Agro Brasil e presidente do Sindicato das Indústrias de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), Torvaldo Marzolla Filho, o que as pessoas fazem na juventude “não necessariamente corresponde ao que elas serão no futuro”. Para ele, Dilma pode dar continuidade às políticas de Lula, “ex-sindicalista que sabe como a indústria funciona”.
No almoço, Dilma garantiu que uma de suas prioridades, caso eleita, será destravar a reforma tributária porque depois das reduções de impostos feitas pelo governo para estimular a economia na crise “mudou a visão de cada um de nós” sobre a importância da desoneração da produção e dos investimentos. Ela não definiu prazos, mas adiantou que o crescimento do país e da arrecadação permitem a constituição de um fundo para compensar os Estados que perderão com a reforma.
Dilma lembrou que o governo prepara medidas “fortes” de estímulo à exportação, comprometeu-se com o câmbio flexível, defendeu a criação de um ministério específico para as micro, pequenas e médias empresas e disse que está disposta a conversar com o setor empresarial para encontrar formas de reduzir os custos da energia elétrica.
Hoje Dilma participa de uma reunião-almoço com empresários em Caxias do Sul, um dos principais polos metalmecânicos do Estado, e no sábado pela manhã ela terá uma reunião plenária com movimentos sociais em Porto Alegre.
"LIMPEZA" DO CENTRO?
Editorial O Estado de S.Paulo
Depois da desastrada reforma do sistema de albergues, que vem reduzindo as vagas disponíveis para moradores de rua e causou espanto por sua insensibilidade no trato de uma questão particularmente delicada, tendo em vista seus aspectos sociais e humanos, a Prefeitura da capital acaba de tomar uma segunda medida igualmente infeliz em relação a essa população desamparada. Portaria publicada no dia 1.º de abril regulamenta os procedimentos a serem observados pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) no trato com os moradores de rua, cabendo-lhe “contribuir para evitar a presença de pessoas em situação de risco nas vias e áreas públicas da cidade e locais impróprios para a permanência saudável das pessoas”. Isto deverá ser feito por meio da “abordagem e encaminhamento das pessoas, observando as orientações da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social”.
Isto quer dizer, como explica Bruno Paes Manso em reportagem publicada no Estado de quarta-feira, que os guardas poderão incomodar os moradores de rua, para levá-los a deixar essa condição. Uma das formas de fazer isso é o chamado “toque de despertar”. Em vários locais do centro da cidade – como a Praça da Sé e em frente à Bolsa de Valores -, os guardas estão acordando diariamente os que dormem deitados nas calçadas. Eles podem ficar ali, desde que sentados.
Por trás dessa maldade à primeira vista pequena – mas que na verdade é uma revoltante forma de sadismo, por serem as suas vítimas quem são – está uma mudança profunda na maneira de a Prefeitura tratar o problema dos moradores de rua. Na região central, serviços públicos e instituições religiosas proporcionam alimentação, banho e até oficinas de capacitação a essa população, o que constituiria um incentivo para que ela se acomodasse. A ação da GCM seria uma maneira de forçá-la a sair da condição atual.
Isto é confirmado por um inspetor da GCM ouvido pela reportagem, que preferiu por razões compreensíveis manter o anonimato. O próprio secretário de Segurança Urbana, Edson Ortega, admite isso indiretamente, ao concordar que o “incômodo” causado àquela população tende a estimulá-la a deixar a rua. Segundo ele, os moradores de rua estão procurando cada vez mais os serviços sociais oferecidos pela Prefeitura. Ora, se esses serviços são tão bons, seus beneficiários não precisam ser empurrados para eles por meio dos tais “incômodos”.
Diz o secretário que os responsáveis por essa nova política não estão inventando a roda, pois “os países mais desenvolvidos seguiram essa linha”. Ele não está bem informado. Em Paris, como mostra a reportagem, várias ONGs doaram, em 2006, 500 barracas vermelhas para os sem-teto pernoitarem perto dos pontos turísticos da cidade e, assim, chamar a atenção do poder público para o seu problema. O que fez o governo francês? Em vez de mandar a polícia “incomodar” os sem-teto, para incentivá-los a mudar de vida, decidiu investir 7 milhões na construção de moradias para eles.
Algo semelhante deveria fazer a Prefeitura paulistana. Até porque existe toda uma estrutura montada para socorrer essa população. Entre 2002 e 2009, os recursos disponíveis para isso passaram de R$ 201,6 milhões para R$ 615,8 milhões. Um contingente de 452 agentes de proteção social, com o apoio de 40 Kombis, está apto a dar assistência aos moradores de rua e encaminhá-los aos albergues.
A nova política do “incômodo”, do “toque de despertar”, veio se juntar à reforma do sistema de albergues, que, com o fechamento de dois deles, já reduziu suas vagas de 8 mil para 7.300, justamente quando estudo promovido pela própria Prefeitura indica que o número de sem-teto está aumentando. Essas duas medidas parecem dar razão, infelizmente, aos que vêm acusando a Prefeitura de querer “limpar” o centro. Ou ela dá logo alguma explicação para atitudes marcadas por uma insensibilidade que beira o inacreditável ou não haverá como contestar tal acusação.
Depois da desastrada reforma do sistema de albergues, que vem reduzindo as vagas disponíveis para moradores de rua e causou espanto por sua insensibilidade no trato de uma questão particularmente delicada, tendo em vista seus aspectos sociais e humanos, a Prefeitura da capital acaba de tomar uma segunda medida igualmente infeliz em relação a essa população desamparada. Portaria publicada no dia 1.º de abril regulamenta os procedimentos a serem observados pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) no trato com os moradores de rua, cabendo-lhe “contribuir para evitar a presença de pessoas em situação de risco nas vias e áreas públicas da cidade e locais impróprios para a permanência saudável das pessoas”. Isto deverá ser feito por meio da “abordagem e encaminhamento das pessoas, observando as orientações da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social”.
Isto quer dizer, como explica Bruno Paes Manso em reportagem publicada no Estado de quarta-feira, que os guardas poderão incomodar os moradores de rua, para levá-los a deixar essa condição. Uma das formas de fazer isso é o chamado “toque de despertar”. Em vários locais do centro da cidade – como a Praça da Sé e em frente à Bolsa de Valores -, os guardas estão acordando diariamente os que dormem deitados nas calçadas. Eles podem ficar ali, desde que sentados.
Por trás dessa maldade à primeira vista pequena – mas que na verdade é uma revoltante forma de sadismo, por serem as suas vítimas quem são – está uma mudança profunda na maneira de a Prefeitura tratar o problema dos moradores de rua. Na região central, serviços públicos e instituições religiosas proporcionam alimentação, banho e até oficinas de capacitação a essa população, o que constituiria um incentivo para que ela se acomodasse. A ação da GCM seria uma maneira de forçá-la a sair da condição atual.
Isto é confirmado por um inspetor da GCM ouvido pela reportagem, que preferiu por razões compreensíveis manter o anonimato. O próprio secretário de Segurança Urbana, Edson Ortega, admite isso indiretamente, ao concordar que o “incômodo” causado àquela população tende a estimulá-la a deixar a rua. Segundo ele, os moradores de rua estão procurando cada vez mais os serviços sociais oferecidos pela Prefeitura. Ora, se esses serviços são tão bons, seus beneficiários não precisam ser empurrados para eles por meio dos tais “incômodos”.
Diz o secretário que os responsáveis por essa nova política não estão inventando a roda, pois “os países mais desenvolvidos seguiram essa linha”. Ele não está bem informado. Em Paris, como mostra a reportagem, várias ONGs doaram, em 2006, 500 barracas vermelhas para os sem-teto pernoitarem perto dos pontos turísticos da cidade e, assim, chamar a atenção do poder público para o seu problema. O que fez o governo francês? Em vez de mandar a polícia “incomodar” os sem-teto, para incentivá-los a mudar de vida, decidiu investir 7 milhões na construção de moradias para eles.
Algo semelhante deveria fazer a Prefeitura paulistana. Até porque existe toda uma estrutura montada para socorrer essa população. Entre 2002 e 2009, os recursos disponíveis para isso passaram de R$ 201,6 milhões para R$ 615,8 milhões. Um contingente de 452 agentes de proteção social, com o apoio de 40 Kombis, está apto a dar assistência aos moradores de rua e encaminhá-los aos albergues.
A nova política do “incômodo”, do “toque de despertar”, veio se juntar à reforma do sistema de albergues, que, com o fechamento de dois deles, já reduziu suas vagas de 8 mil para 7.300, justamente quando estudo promovido pela própria Prefeitura indica que o número de sem-teto está aumentando. Essas duas medidas parecem dar razão, infelizmente, aos que vêm acusando a Prefeitura de querer “limpar” o centro. Ou ela dá logo alguma explicação para atitudes marcadas por uma insensibilidade que beira o inacreditável ou não haverá como contestar tal acusação.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
MERCADANTE DEBATE COM PREFEITOS PROPOSTAS PARA O ESTADO DE SÃO PAULO
Do site da Bancada do Pt na Alesp
O esforço da União desde 2002 na consolidação da relação com as Prefeituras, a criação de políticas públicas e a viabilização dos repasses que garantam autonomia aos municípios foram os destaques da palestra que o senador Aloizio Mercadante apresentou durante o 2º Encontro Estadual de Agentes Públicos, promovido pelo Instituto do Legislativo Paulista e União dos vereadores do Estado de São Paulo.
Convidados para participar do debate, o pré-candidato do PSDB ao Governo de São Paulo Geraldo Alckmin e o candidato ao Senado pelo PMDB Orestes Quércia não compareceram.
Deputados da Bancada do PT, vereadores e prefeitos acompanharam a palestra, entre eles, os prefeitos de Osasco, Hortolândia, Várzea Paulista, Jaguariúna e Lins. O 1º secretário da Assembleia, o deputado petista Carlinhos Almeida, coordenou a palestra sobre o Pacto Federativo e a Relação entre Estados e Prefeituras.
Apresentado pelo presidente da Casa, Barros Munhoz, como um campeão de votos, o senador Mercadante descreveu o seu trabalho de liderança no Senado como uma busca incessante de diálogo com as Prefeituras do Estado que o elegeu.
“O meu gabinete tem sido uma embaixada paulista em Brasília. Recebemos a visita de 615 prefeitos. O presidente Lula foi o primeiro que recebeu ao lado dos seus ministros todas as Marchas de Prefeitos que foram a Brasília”, disse Mercadante.
O senador resumiu durante mais de uma hora de palestra a evolução de políticas públicas em áreas essenciais, como Saúde e Educação desde o início do Governo Lula.
Geração de Empregos
O Governo Lula aumentou o repasse do fundo de participação dos municípios e reduziu impostos. “Foram criados 657 mil postos de trabalho somente nos primeiros meses de 2010. É um recorde histórico”, comemorou Mercadante, que destacou ainda a aprovação da PEC dos Precatórios e o parcelamento de débitos do INSS como incentivos às economias municipais.
Habitação
Sobre a habitação, Aloizio destacou que “existem atualmente 72 mil casas em construção em São Paulo e mais 80 mil unidades em negociação, como resultado do Programa Minha Casa Minha Vida”. Mas, o senador admitiu que o Estado precisa de mais investimentos em habitação e saneamento, para resolver problemas emergenciais como a imensa população em área de risco. “Visitei grande parte das cidades paulistas atingidas pelas enchentes para garantir a liberação de ajuda emergencial. Mas, são necessárias medidas preventivas”, disse Mercadante.
Educação
O aumento do número de alunos beneficiados pelas bolsas do ProUni, a ampliação do ensino técnico, o reajuste do repasse da União para a merenda e a criação do programa de transporte Caminho na escola foram alguns das ações federais que o senador destacou na área educacional. “São Paulo é o Estado mais rico da Federação, mas ainda está abaixo das classificações internacionais nos rankings educacionais. É uma área que precisa de atenção”, ponderou.
Saúde
Outra área crítica do Estado, na opinião do senador, é a Saúde. “Muitos Estados, inclusive São Paulo, não estão gastando todos os recursos previstos na Saúde. Parte do dinheiro do setor é empregado para o pagamento de dívidas públicas”, denunciou Mercadante, que defendeu a regulamentação da emenda 29 para solucionar o problema.
O senador recebeu um manifesto da Associação Paulista dos Municípios e da União dos Vereadores do Estado de São Paulo intitulado “Os municípios e o pacto federativo brasileiro”. Em resposta ao documento, Mercadante defendeu a reforma tributária que foi aprovada no Senado, mas ainda não tramitou na Câmara Federal, e falou também sobre os royalties do pré-sal.
“Os créditos da exploração da camada do pré-sal têm que ser repartidos de forma mais igualitária e investidos principalmente em educação, ciência e tecnologia, para garantir o desenvolvimento de outras fontes de energia.”.
O esforço da União desde 2002 na consolidação da relação com as Prefeituras, a criação de políticas públicas e a viabilização dos repasses que garantam autonomia aos municípios foram os destaques da palestra que o senador Aloizio Mercadante apresentou durante o 2º Encontro Estadual de Agentes Públicos, promovido pelo Instituto do Legislativo Paulista e União dos vereadores do Estado de São Paulo.
Convidados para participar do debate, o pré-candidato do PSDB ao Governo de São Paulo Geraldo Alckmin e o candidato ao Senado pelo PMDB Orestes Quércia não compareceram.
Deputados da Bancada do PT, vereadores e prefeitos acompanharam a palestra, entre eles, os prefeitos de Osasco, Hortolândia, Várzea Paulista, Jaguariúna e Lins. O 1º secretário da Assembleia, o deputado petista Carlinhos Almeida, coordenou a palestra sobre o Pacto Federativo e a Relação entre Estados e Prefeituras.
Apresentado pelo presidente da Casa, Barros Munhoz, como um campeão de votos, o senador Mercadante descreveu o seu trabalho de liderança no Senado como uma busca incessante de diálogo com as Prefeituras do Estado que o elegeu.
“O meu gabinete tem sido uma embaixada paulista em Brasília. Recebemos a visita de 615 prefeitos. O presidente Lula foi o primeiro que recebeu ao lado dos seus ministros todas as Marchas de Prefeitos que foram a Brasília”, disse Mercadante.
O senador resumiu durante mais de uma hora de palestra a evolução de políticas públicas em áreas essenciais, como Saúde e Educação desde o início do Governo Lula.
Geração de Empregos
O Governo Lula aumentou o repasse do fundo de participação dos municípios e reduziu impostos. “Foram criados 657 mil postos de trabalho somente nos primeiros meses de 2010. É um recorde histórico”, comemorou Mercadante, que destacou ainda a aprovação da PEC dos Precatórios e o parcelamento de débitos do INSS como incentivos às economias municipais.
Habitação
Sobre a habitação, Aloizio destacou que “existem atualmente 72 mil casas em construção em São Paulo e mais 80 mil unidades em negociação, como resultado do Programa Minha Casa Minha Vida”. Mas, o senador admitiu que o Estado precisa de mais investimentos em habitação e saneamento, para resolver problemas emergenciais como a imensa população em área de risco. “Visitei grande parte das cidades paulistas atingidas pelas enchentes para garantir a liberação de ajuda emergencial. Mas, são necessárias medidas preventivas”, disse Mercadante.
Educação
O aumento do número de alunos beneficiados pelas bolsas do ProUni, a ampliação do ensino técnico, o reajuste do repasse da União para a merenda e a criação do programa de transporte Caminho na escola foram alguns das ações federais que o senador destacou na área educacional. “São Paulo é o Estado mais rico da Federação, mas ainda está abaixo das classificações internacionais nos rankings educacionais. É uma área que precisa de atenção”, ponderou.
Saúde
Outra área crítica do Estado, na opinião do senador, é a Saúde. “Muitos Estados, inclusive São Paulo, não estão gastando todos os recursos previstos na Saúde. Parte do dinheiro do setor é empregado para o pagamento de dívidas públicas”, denunciou Mercadante, que defendeu a regulamentação da emenda 29 para solucionar o problema.
O senador recebeu um manifesto da Associação Paulista dos Municípios e da União dos Vereadores do Estado de São Paulo intitulado “Os municípios e o pacto federativo brasileiro”. Em resposta ao documento, Mercadante defendeu a reforma tributária que foi aprovada no Senado, mas ainda não tramitou na Câmara Federal, e falou também sobre os royalties do pré-sal.
“Os créditos da exploração da camada do pré-sal têm que ser repartidos de forma mais igualitária e investidos principalmente em educação, ciência e tecnologia, para garantir o desenvolvimento de outras fontes de energia.”.
PT FARÁ PESQUISA PRÓPRIA PARA AFERIR POSIÇÃO DE DILMA
Do Blog do Josias
Em meio à profusão de pesquisas que inunda o noticiário, o alto comando de campanha de Dilma Rousseff decidiu realizar sua própria sondagem.
Deseja-se aferir a posição da candidata depois da realização do primeiro ciclo de viagens e do lançamento formal da candidatura do rival de José Serra.
A decisão será levada à Executiva do PT, que deve referendá-la. Formalidade necessária, já que as arcas do partido custearão a pesquisa.
Pretende-se fazer a encomenda ao instituto Vox Populi. Estima-se que os pesquisadores irão a campo dentro de cerca de duas semanas.
Não há, por ora, definição sobre o registro da sondagem no TSE. Se notificar o tribunal, o PT pode divulgar o resultado. Do contrário, os dados terão de ficar restrito ao consumo interno.
Em meio à profusão de pesquisas que inunda o noticiário, o alto comando de campanha de Dilma Rousseff decidiu realizar sua própria sondagem.
Deseja-se aferir a posição da candidata depois da realização do primeiro ciclo de viagens e do lançamento formal da candidatura do rival de José Serra.
A decisão será levada à Executiva do PT, que deve referendá-la. Formalidade necessária, já que as arcas do partido custearão a pesquisa.
Pretende-se fazer a encomenda ao instituto Vox Populi. Estima-se que os pesquisadores irão a campo dentro de cerca de duas semanas.
Não há, por ora, definição sobre o registro da sondagem no TSE. Se notificar o tribunal, o PT pode divulgar o resultado. Do contrário, os dados terão de ficar restrito ao consumo interno.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
PT DIZ SER ALVO DE INVASÃO NA INTERNET E INSINUA PARTICIPAÇÃO DO PSDB
RANIER BRAGON
da Sucursal de Brasília
O PT divulgou nota na noite de ontem dizendo que a sua página oficial (www.pt.org.br) foi alvo de hackers na madrugada de segunda-feira. O site ficou fora do ar por quase 24 horas.
De acordo com o partido, invasores injetaram "iframes maliciosos em uma página web ou em outro arquivo do servidor HTTP. E na maioria dos casos esses iframes são configurados para que eles não aparecam na página web quando alguém faz a visita, mas o conteúdo malicioso que está no iframe acaba sendo carregado".
Ainda de acordo com a nota, há risco para quem visitou o site do PT entre a infecção e o período em que ele foi retirado do ar.
"Com relação aos usuários que acessaram o portal PT, os técnicos afirmaram que é aconselhável que eles adotem as medidas cabíves de varredura de suas máquinas com a utilização de softwares antivírus".
No final da nota, o PT fala em "suspeitas levantadas desde ontem de que o incidente estivesse ligado a uma 'guerra suja na internet" deflagrada pelos aliados do candidato tucano José Serra" e traz declarações do secretário nacional de Comunicação do partido, André Vargas, a respeito: "Esperamos sinceramente que a candidatura adversária não esteja estimulando este tipo de comportamento. Isso seria péssimo para a democracia".
da Sucursal de Brasília
O PT divulgou nota na noite de ontem dizendo que a sua página oficial (www.pt.org.br) foi alvo de hackers na madrugada de segunda-feira. O site ficou fora do ar por quase 24 horas.
De acordo com o partido, invasores injetaram "iframes maliciosos em uma página web ou em outro arquivo do servidor HTTP. E na maioria dos casos esses iframes são configurados para que eles não aparecam na página web quando alguém faz a visita, mas o conteúdo malicioso que está no iframe acaba sendo carregado".
Ainda de acordo com a nota, há risco para quem visitou o site do PT entre a infecção e o período em que ele foi retirado do ar.
"Com relação aos usuários que acessaram o portal PT, os técnicos afirmaram que é aconselhável que eles adotem as medidas cabíves de varredura de suas máquinas com a utilização de softwares antivírus".
No final da nota, o PT fala em "suspeitas levantadas desde ontem de que o incidente estivesse ligado a uma 'guerra suja na internet" deflagrada pelos aliados do candidato tucano José Serra" e traz declarações do secretário nacional de Comunicação do partido, André Vargas, a respeito: "Esperamos sinceramente que a candidatura adversária não esteja estimulando este tipo de comportamento. Isso seria péssimo para a democracia".
CONTRATAÇÃO NA INDÚSTRIA DE SP É RECORDE NO 1º TRIMESTRE
GIULIANA VALLONE – FOLHA SP
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria paulista começou o ano com forte ritmo de contratações e registrou o melhor primeiro trimestre da série histórica -iniciada em 2006-, incentivada pela melhora da perspectiva econômica e pelo aumento na atividade do setor.
Segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), foram abertos 79 mil postos de trabalho no trimestre, alta de 3,66% na comparação com dezembro de 2009.
O resultado foi puxado pelos setores de açúcar e álcool, que registraram, juntos, a geração de 32.125 vagas no período -ou o equivalente a 40,66%. Considerando apenas março, o percentual chega a 60,76%. O aumento é decorrente da antecipação do início das operações nas usinas de cana-de-açúcar e, consequentemente, da contratação de trabalhadores.
Esse movimento, iniciado em fevereiro, foi influenciado pela alta dos preços desses produtos no mercado e pela inovação tecnológica no setor, que permite que as usinas fiquem o menor tempo possível paradas.
“Há um crescimento, típico da época, de empregos em açúcar e álcool, mas vários setores registraram criação acima de mil vagas [oito, ao todo]. O emprego está bem distribuído em toda a cadeia”, disse Paulo Francini, diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos).
Apenas no mês de março, a alta no nível de emprego foi de 1,37%, nos dados com ajuste sazonal, o que representa a criação de 45 mil postos -em fevereiro, foram 23 mil. Considerando os dados sem ajuste sazonal, houve aumento no nível de emprego de 2,05% em março. Ante o mesmo mês de 2009, a alta foi de 1,64%.
Francini destacou que, por setores, o resultado do mês passado é o melhor desde julho de 2005 -o início da série mensal. Entre os 22 segmentos pesquisados, 20 contrataram e dois mantiveram o número de funcionários. “Se vocês quiserem achar um mês com desempenho tão positivo quanto esse, não vão encontrar”, afirmou.
O ritmo de criação de vagas deve continuar acelerado em abril, ainda influenciado pelas indústrias ligadas à cana.
A previsão da Fiesp é que o número de vagas na indústria paulista feche 2010 em alta de 6,2%, o equivalente à criação de cerca de 140 mil postos. O número representaria o melhor resultado da série, superando o resultado de 2007, o melhor ano até hoje, de 4,6%.
Mesmo assim, segundo a instituição, não seria suficiente para recuperar as perdas com a crise financeira -estimadas em cerca de 180 mil vagas
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria paulista começou o ano com forte ritmo de contratações e registrou o melhor primeiro trimestre da série histórica -iniciada em 2006-, incentivada pela melhora da perspectiva econômica e pelo aumento na atividade do setor.
Segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), foram abertos 79 mil postos de trabalho no trimestre, alta de 3,66% na comparação com dezembro de 2009.
O resultado foi puxado pelos setores de açúcar e álcool, que registraram, juntos, a geração de 32.125 vagas no período -ou o equivalente a 40,66%. Considerando apenas março, o percentual chega a 60,76%. O aumento é decorrente da antecipação do início das operações nas usinas de cana-de-açúcar e, consequentemente, da contratação de trabalhadores.
Esse movimento, iniciado em fevereiro, foi influenciado pela alta dos preços desses produtos no mercado e pela inovação tecnológica no setor, que permite que as usinas fiquem o menor tempo possível paradas.
“Há um crescimento, típico da época, de empregos em açúcar e álcool, mas vários setores registraram criação acima de mil vagas [oito, ao todo]. O emprego está bem distribuído em toda a cadeia”, disse Paulo Francini, diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos).
Apenas no mês de março, a alta no nível de emprego foi de 1,37%, nos dados com ajuste sazonal, o que representa a criação de 45 mil postos -em fevereiro, foram 23 mil. Considerando os dados sem ajuste sazonal, houve aumento no nível de emprego de 2,05% em março. Ante o mesmo mês de 2009, a alta foi de 1,64%.
Francini destacou que, por setores, o resultado do mês passado é o melhor desde julho de 2005 -o início da série mensal. Entre os 22 segmentos pesquisados, 20 contrataram e dois mantiveram o número de funcionários. “Se vocês quiserem achar um mês com desempenho tão positivo quanto esse, não vão encontrar”, afirmou.
O ritmo de criação de vagas deve continuar acelerado em abril, ainda influenciado pelas indústrias ligadas à cana.
A previsão da Fiesp é que o número de vagas na indústria paulista feche 2010 em alta de 6,2%, o equivalente à criação de cerca de 140 mil postos. O número representaria o melhor resultado da série, superando o resultado de 2007, o melhor ano até hoje, de 4,6%.
Mesmo assim, segundo a instituição, não seria suficiente para recuperar as perdas com a crise financeira -estimadas em cerca de 180 mil vagas
PT TENTA REAPROXIMAÇÃO COM PSB EM SÃO PAULO
GUSTAVO URIBE – Agência Estado
A recente aproximação entre PSB e PP para a composição de uma chapa ao governo de São Paulo levou petistas e aliados a tentar um último esforço para ter o apoio dos pessebistas à candidatura do senador Aloizio Mercadante (PT) ao Palácio dos Bandeirantes. Em reunião ontem, na capital paulista, lideranças do PT e de cinco legendas aliadas decidiram procurar o PSB. Uma reunião com o presidente estadual do PSB, deputado Márcio França, deve ocorrer até o fim deste mês.
No início do ano, o PSB chegou a ser cogitado para encabeçar a chapa de oposição ao governo tucano no Estado, com a indicação do deputado federal Ciro Gomes (CE). Com a desistência de Ciro, as negociações com o PT foram interrompidas após o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ter se negado a abrir mão da candidatura ao governo de São Paulo. O PSB têm articulado desde a semana passada uma aliança com o PP que garanta palanques regionais e maior tempo de campanha de TV às duas siglas.
“Avaliamos procurar o Márcio França para conferir se há a possibilidade de o PSB apoiar o Mercadante”, afirmou o presidente do PDT em São Paulo, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. O presidente estadual do PT, Edinho Silva, admite que os petistas não desistiram da aliança com os pessebistas. “O PSB é fundamental para a construção do nosso projeto”, afirmou. “Queremos ampliar nossa aliança. Não é hora de encerrar as negociações. Mas temos respeitado a condição do PSB de construir candidatura própria.”
O PT já fechou acordo com PDT, PPL, PR e PRB e está próximo de obter o apoio do PC do B. Os petistas também pretendem fazer composição com o PSB, PTN, PTdoB, PRP, PSL, PHS e PSC.
A recente aproximação entre PSB e PP para a composição de uma chapa ao governo de São Paulo levou petistas e aliados a tentar um último esforço para ter o apoio dos pessebistas à candidatura do senador Aloizio Mercadante (PT) ao Palácio dos Bandeirantes. Em reunião ontem, na capital paulista, lideranças do PT e de cinco legendas aliadas decidiram procurar o PSB. Uma reunião com o presidente estadual do PSB, deputado Márcio França, deve ocorrer até o fim deste mês.
No início do ano, o PSB chegou a ser cogitado para encabeçar a chapa de oposição ao governo tucano no Estado, com a indicação do deputado federal Ciro Gomes (CE). Com a desistência de Ciro, as negociações com o PT foram interrompidas após o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ter se negado a abrir mão da candidatura ao governo de São Paulo. O PSB têm articulado desde a semana passada uma aliança com o PP que garanta palanques regionais e maior tempo de campanha de TV às duas siglas.
“Avaliamos procurar o Márcio França para conferir se há a possibilidade de o PSB apoiar o Mercadante”, afirmou o presidente do PDT em São Paulo, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. O presidente estadual do PT, Edinho Silva, admite que os petistas não desistiram da aliança com os pessebistas. “O PSB é fundamental para a construção do nosso projeto”, afirmou. “Queremos ampliar nossa aliança. Não é hora de encerrar as negociações. Mas temos respeitado a condição do PSB de construir candidatura própria.”
O PT já fechou acordo com PDT, PPL, PR e PRB e está próximo de obter o apoio do PC do B. Os petistas também pretendem fazer composição com o PSB, PTN, PTdoB, PRP, PSL, PHS e PSC.
SENSUS DÁ EMPATE ENTRE SERRA E DILMA
Do Blog "De Olho em São Paulo"
Serra 32,7%
Dilma 32,3%
Ciro Gomes: 10,1%.
Marina Silva: 8,1%.
Brancos e nulos: 7,7%.
Não sabe: 9,1%.
Cenário sem Ciro:
Serra 36,8%; Dilma 34,0%; Marina, 10,6%. Brancos e nulos: 9,1%.
Não sabe ou não respondeu: 9,5%.
Segundo turno:
Serra 41,7%; Dilma, 39,7%.
Brancos e Nulos: 10,1%.
Não sabe e não respondeu: 8,5%.
Margem de erro da pesquisa: 2,2%
Foram 2 mil entrevistas feitas entre 5 e 9 de abril em 136 municípios de 24 Estados.
Esses são os resultados da pesquisa de intenção de votos para presidente da República aplicada pelo Instituto Sensus por encomenda do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Afins do Estado de São Paulo.
Serra 32,7%
Dilma 32,3%
Ciro Gomes: 10,1%.
Marina Silva: 8,1%.
Brancos e nulos: 7,7%.
Não sabe: 9,1%.
Cenário sem Ciro:
Serra 36,8%; Dilma 34,0%; Marina, 10,6%. Brancos e nulos: 9,1%.
Não sabe ou não respondeu: 9,5%.
Segundo turno:
Serra 41,7%; Dilma, 39,7%.
Brancos e Nulos: 10,1%.
Não sabe e não respondeu: 8,5%.
Margem de erro da pesquisa: 2,2%
Foram 2 mil entrevistas feitas entre 5 e 9 de abril em 136 municípios de 24 Estados.
Esses são os resultados da pesquisa de intenção de votos para presidente da República aplicada pelo Instituto Sensus por encomenda do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Afins do Estado de São Paulo.
PT TENTA REAPROXIMAÇÃO COM PSB EM SÃO PAULO
GUSTAVO URIBE – Agência Estado
A recente aproximação entre PSB e PP para a composição de uma chapa ao governo de São Paulo levou petistas e aliados a tentar um último esforço para ter o apoio dos pessebistas à candidatura do senador Aloizio Mercadante (PT) ao Palácio dos Bandeirantes. Em reunião ontem, na capital paulista, lideranças do PT e de cinco legendas aliadas decidiram procurar o PSB. Uma reunião com o presidente estadual do PSB, deputado Márcio França, deve ocorrer até o fim deste mês.
No início do ano, o PSB chegou a ser cogitado para encabeçar a chapa de oposição ao governo tucano no Estado, com a indicação do deputado federal Ciro Gomes (CE). Com a desistência de Ciro, as negociações com o PT foram interrompidas após o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ter se negado a abrir mão da candidatura ao governo de São Paulo. O PSB têm articulado desde a semana passada uma aliança com o PP que garanta palanques regionais e maior tempo de campanha de TV às duas siglas.
“Avaliamos procurar o Márcio França para conferir se há a possibilidade de o PSB apoiar o Mercadante”, afirmou o presidente do PDT em São Paulo, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. O presidente estadual do PT, Edinho Silva, admite que os petistas não desistiram da aliança com os pessebistas. “O PSB é fundamental para a construção do nosso projeto”, afirmou. “Queremos ampliar nossa aliança. Não é hora de encerrar as negociações. Mas temos respeitado a condição do PSB de construir candidatura própria.”
O PT já fechou acordo com PDT, PPL, PR e PRB e está próximo de obter o apoio do PC do B. Os petistas também pretendem fazer composição com o PSB, PTN, PTdoB, PRP, PSL, PHS e PSC.
A recente aproximação entre PSB e PP para a composição de uma chapa ao governo de São Paulo levou petistas e aliados a tentar um último esforço para ter o apoio dos pessebistas à candidatura do senador Aloizio Mercadante (PT) ao Palácio dos Bandeirantes. Em reunião ontem, na capital paulista, lideranças do PT e de cinco legendas aliadas decidiram procurar o PSB. Uma reunião com o presidente estadual do PSB, deputado Márcio França, deve ocorrer até o fim deste mês.
No início do ano, o PSB chegou a ser cogitado para encabeçar a chapa de oposição ao governo tucano no Estado, com a indicação do deputado federal Ciro Gomes (CE). Com a desistência de Ciro, as negociações com o PT foram interrompidas após o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ter se negado a abrir mão da candidatura ao governo de São Paulo. O PSB têm articulado desde a semana passada uma aliança com o PP que garanta palanques regionais e maior tempo de campanha de TV às duas siglas.
“Avaliamos procurar o Márcio França para conferir se há a possibilidade de o PSB apoiar o Mercadante”, afirmou o presidente do PDT em São Paulo, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. O presidente estadual do PT, Edinho Silva, admite que os petistas não desistiram da aliança com os pessebistas. “O PSB é fundamental para a construção do nosso projeto”, afirmou. “Queremos ampliar nossa aliança. Não é hora de encerrar as negociações. Mas temos respeitado a condição do PSB de construir candidatura própria.”
O PT já fechou acordo com PDT, PPL, PR e PRB e está próximo de obter o apoio do PC do B. Os petistas também pretendem fazer composição com o PSB, PTN, PTdoB, PRP, PSL, PHS e PSC.
NA CONTRAMÃO: SERRA DEIXOU DE INVESTIR R$ 25 MI EM AÇÕES DO PSF
Do Brasilia Confidencial
O boletim “Brasília Confidencial” noticia na sua última edição que o ex-governador José Serra (PSDB-SP) retirou R$ 3,8 milhões de reais do programa Saúde da Família de São Paulo para investir na área administrativa. A retirada do dinheiro foi feita por decreto no dia 31 de março deste ano.
Levantamento da Bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo informa que entre 2007 e 2008 o ex-governador deixou de aplicar R$ 25 milhões no programa.
A previsão orçamentária para o ano passado era de R$ 34 milhões, mas nenhum centavo dos cofres estaduais foi disponibilizado.
Os recursos gastos em 2009 foram assegurados pelo governo Lula, que aplicou R$ 43,6 milhões em ações do programa em São Paulo nos 3 anos em que Serra governou o Estado.
O boletim “Brasília Confidencial” noticia na sua última edição que o ex-governador José Serra (PSDB-SP) retirou R$ 3,8 milhões de reais do programa Saúde da Família de São Paulo para investir na área administrativa. A retirada do dinheiro foi feita por decreto no dia 31 de março deste ano.
Levantamento da Bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo informa que entre 2007 e 2008 o ex-governador deixou de aplicar R$ 25 milhões no programa.
A previsão orçamentária para o ano passado era de R$ 34 milhões, mas nenhum centavo dos cofres estaduais foi disponibilizado.
Os recursos gastos em 2009 foram assegurados pelo governo Lula, que aplicou R$ 43,6 milhões em ações do programa em São Paulo nos 3 anos em que Serra governou o Estado.
OS BONS RESULTADOS DO SAÚDE DA FAMÍLIA
Editorial Jornal da Tarde
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad 2008), do IBGE, confirmam que o Programa Saúde da Família (PSF) é uma das iniciativa mais bem-sucedidas do poder público na área social e um exemplo, que deveria ser seguido, de saudável continuidade administrativa. Em 2008, a cobertura do PSF ultrapassou 50% da população brasileira, atingindo 96,5 milhões de pessoas que vivem nos 27,4 milhões de domicílios cadastrados no programa.
Só foi possível atingir esse resultado, de grande importância para a assistência médica das camadas mais carentes da população, porque, criado há 16 anos, em 1994, o PSF sempre contou com o apoio dos governos que se sucederam desde então, para além de divergência políticas e partidárias, o que é infelizmente um caso raro na administração pública brasileira. Seu objetivo foi dar maior atenção à prevenção das doenças. Cada uma das equipes do programa – compostas por médico, enfermeira, auxiliares de enfermagem, dentista e agentes comunitários – cuida do acompanhamento de 3 mil a 4,5 mil pessoas de uma determinada área. Assim, com assistência médica próxima de casa, as pessoas são levadas a só procurar hospitais quando isso é realmente indispensável.
Houve, portanto, uma importante mudança na definição de políticas de saúde pública no País. E um estudo sobre o PSF, feito pela Faculdade de Saúde Pública da USP, confirmou o acerto dessa decisão. Esse trabalho mostrou, com base em diversas pesquisas, que Unidades Básicas de Saúde, quando bem operadas, conseguem resolver satisfatoriamente cerca de 85% dos problemas de saúde da população. Os casos restantes, encaminhados pelas equipes do PSF, recebem atendimento ambulatorial ou especializado, e só num pequeno número deles há necessidade de cuidados hospitalares.
O programa não dispensa equipamentos e procedimentos sofisticados. Pelo contrário. Ao permitir uma utilização mais racional desses recursos, com a filtragem feita por sua equipes, ele possibilita que mais pessoas necessitadas possam utilizá-los.
O ideal, segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, é que “toda a população do SUS – pelo menos 75% dos brasileiros – esteja coberta. E nossos desafios são as regiões metropolitanas do Sudeste”. Se no Nordeste 67,7% dos habitantes estão cadastrados, no Sudeste apenas 35,9% da população é atendida pelo programa. Outro desafio é a formação de médicos generalistas – clínicos gerais –, que são os profissionais mais indicados para o trabalho desenvolvido pelo PSF e cujo número está, atualmente, abaixo das necessidades. É preciso que o Ministério da Saúde, sem descuidar dos médicos especialistas, passe a investir bem mais na formação de generalistas.
MORADOR DE RUA VIRA ASSUNTO DE POLÍCIA
Morador de rua vira assunto de polícia
Bruno Paes Manso - O Estado de S.Paulo
Os moradores de rua de São Paulo viraram assunto de polícia. Perderam espaço agentes de proteção social, funcionários municipais que eram responsáveis pela abordagem e encaminhamento da população de rua aos serviços sociais da cidade, e ganharam lugar os guardas civis metropolitanos de São Paulo.
No dia 1º de abril, foi publicada portaria no Diário Oficial da Cidade regulamentando os procedimentos a serem seguidos pela Guarda Civil Metropolitana para lidar com o tema. Pelo texto, cabe à GCM "contribuir para evitar a presença de pessoas em situação de risco nas vias e áreas públicas da cidade e locais impróprios para a permanência saudável das pessoas". Ainda de acordo com a portaria, isso deve ser feito por meio da "abordagem e encaminhamento das pessoas, observando orientações da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads)".
A nova política municipal tem gerado polêmica e denúncias de violência por parte das entidades que lidam com o assunto. Elas reclamam de truculência não só por parte da GCM como também por parte da Polícia Militar (PM). Na tarde de ontem, um grupo de sem-teto foi à Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo com uma bomba de efeito moral. O artefato, segundo eles, foi lançado na sexta-feira próximo de moradores de rua que vivem sob o Viaduto do Glicério, no centro.
As bombas, que soltam fumaça e fazem barulho ensurdecedor, vinham sendo jogadas rotineiramente desde o início da construção da base da PM no local. Na quinta-feira, representantes das entidades Minha Rua, Minha Casa, do Movimento Nacional da População de Rua e da Associação Rede Ruas iniciaram uma vigília para tentar conversar com os policiais militares que eram vistos lançando os artefatos. Não conseguiram e, como uma das bombas não estourou, decidiram levá-la para a Ouvidoria. Também entregaram os número das viaturas - 45210, 45205 e 45202. A PM ainda não recebeu a denúncia. Extraoficialmente, afirmou que a bomba não pertence à corporação.
Ainda na tarde de ontem, enquanto o grupo estava na Ouvidoria, iniciou-se uma nova confusão, desta vez em frente à entidade Minha Rua, Minha Casa, no Viaduto do Glicério. Às 13h30, três carros da Guarda Civil Metropolitana chegaram com equipes da limpeza urbana para recolher lixo e papelões. Iniciou-se um procedimento que vem gerando os principais protestos das pessoas que vivem na rua. As esculturas de pedra feitas por Xester, que vive no local e é escultor de rua, foram levadas. Ele tentou resgatá-las e acabou apanhando de cassetete. Funcionários da entidade tentaram filmar e fazer fotos. Um GCM jogou gás pimenta no rosto do rapaz que fotografava.
Documentos. Nas batidas feitas por GCMs e funcionários da limpeza urbana, uma das reclamações mais frequentes é que com os pertences muitas vezes são levados os documentos. Fundador do Movimento Nacional da População de Rua e hoje escritor, Sebastião Nicomedes ajudou recentemente seis pessoas a resgatarem documentos que haviam sido levados pelos guardas civis.
Por meio de nota, a Smads afirmou que a pasta e a GCM "sempre que possível atuam em conjunto no atendimento às crianças e adultos em situação de risco". "Essa integração facilita não só o trabalho de abordagem, apoiando os agentes sociais da Smads, como agiliza o encaminhamento adequado para a saúde, assistência social e retorno à família", afirmou.
Bruno Paes Manso - O Estado de S.Paulo
Os moradores de rua de São Paulo viraram assunto de polícia. Perderam espaço agentes de proteção social, funcionários municipais que eram responsáveis pela abordagem e encaminhamento da população de rua aos serviços sociais da cidade, e ganharam lugar os guardas civis metropolitanos de São Paulo.
No dia 1º de abril, foi publicada portaria no Diário Oficial da Cidade regulamentando os procedimentos a serem seguidos pela Guarda Civil Metropolitana para lidar com o tema. Pelo texto, cabe à GCM "contribuir para evitar a presença de pessoas em situação de risco nas vias e áreas públicas da cidade e locais impróprios para a permanência saudável das pessoas". Ainda de acordo com a portaria, isso deve ser feito por meio da "abordagem e encaminhamento das pessoas, observando orientações da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads)".
A nova política municipal tem gerado polêmica e denúncias de violência por parte das entidades que lidam com o assunto. Elas reclamam de truculência não só por parte da GCM como também por parte da Polícia Militar (PM). Na tarde de ontem, um grupo de sem-teto foi à Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo com uma bomba de efeito moral. O artefato, segundo eles, foi lançado na sexta-feira próximo de moradores de rua que vivem sob o Viaduto do Glicério, no centro.
As bombas, que soltam fumaça e fazem barulho ensurdecedor, vinham sendo jogadas rotineiramente desde o início da construção da base da PM no local. Na quinta-feira, representantes das entidades Minha Rua, Minha Casa, do Movimento Nacional da População de Rua e da Associação Rede Ruas iniciaram uma vigília para tentar conversar com os policiais militares que eram vistos lançando os artefatos. Não conseguiram e, como uma das bombas não estourou, decidiram levá-la para a Ouvidoria. Também entregaram os número das viaturas - 45210, 45205 e 45202. A PM ainda não recebeu a denúncia. Extraoficialmente, afirmou que a bomba não pertence à corporação.
Ainda na tarde de ontem, enquanto o grupo estava na Ouvidoria, iniciou-se uma nova confusão, desta vez em frente à entidade Minha Rua, Minha Casa, no Viaduto do Glicério. Às 13h30, três carros da Guarda Civil Metropolitana chegaram com equipes da limpeza urbana para recolher lixo e papelões. Iniciou-se um procedimento que vem gerando os principais protestos das pessoas que vivem na rua. As esculturas de pedra feitas por Xester, que vive no local e é escultor de rua, foram levadas. Ele tentou resgatá-las e acabou apanhando de cassetete. Funcionários da entidade tentaram filmar e fazer fotos. Um GCM jogou gás pimenta no rosto do rapaz que fotografava.
Documentos. Nas batidas feitas por GCMs e funcionários da limpeza urbana, uma das reclamações mais frequentes é que com os pertences muitas vezes são levados os documentos. Fundador do Movimento Nacional da População de Rua e hoje escritor, Sebastião Nicomedes ajudou recentemente seis pessoas a resgatarem documentos que haviam sido levados pelos guardas civis.
Por meio de nota, a Smads afirmou que a pasta e a GCM "sempre que possível atuam em conjunto no atendimento às crianças e adultos em situação de risco". "Essa integração facilita não só o trabalho de abordagem, apoiando os agentes sociais da Smads, como agiliza o encaminhamento adequado para a saúde, assistência social e retorno à família", afirmou.
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