Autor(es): Fernando Taquari | De São Paulo
Valor Econômico - 28/07/2011
Em artigo publicado em seu blog, o ex-ministro José Dirceu reconheceu que dificilmente o PT deixará de realizar prévias para a escolha do candidato do partido à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012. A ideia da disputa interna, no entanto, não agrada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja simpatia pela candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, não conta com o apoio da base do partido. Apesar de trabalhar nos bastidores pelo nome de Haddad, Lula negou nesta semana ser contra as eleições internas. Outras lideranças petistas já se manifestaram contra o recurso, pois temem que as prévias possam deixar sequelas na campanha municipal.
"Tempo e forma dirão se somos capazes de convencer não apenas os filiados e militantes, mas os demais pré-candidatos de que não vale a pena fazer uma prévia. Reconheço, a missão é difícil", afirmou Dirceu. Assim como o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que defende abertamente a candidatura da senadora Marta Suplicy, o ex-ministro frisou que o recurso não depende da vontade das direções partidárias, já que faz parte do estatuto do PT. "(As prévias) podem deixar de acontecer por acordo político ou por desistência do concorrente, convencido pelos números e lideranças a abandonar a ideia. Mas, não podem ser impedidas", explicou.
Dirceu avaliou que, antes de discutir a realização ou não de prévias, "seria de bom tom ouvir o partido, ir aos diretórios zonais, debater com os movimentos, levar os pré-candidatos às bases petistas e à sociedade". Na semana passada, o ex-ministro já tinha tratado do assunto. Na ocasião, disse que não enxergava problemas na realização de prévias, sobretudo se fossem feitas com regras claras. As eleições internas, argumentou o petista, poderiam servir para mobilizar o partido e forçar a discussão de um projeto para a cidade.
"(A prévia) poderá até permitir que se conheça mais de perto alguns que não tiveram a militância partidária na base", disse o ex-ministro ao falar sobre Haddad. O ministro da Educação e os senadores Marta Suplicy e Eduardo Suplicy já manifestaram interesse na vaga, assim como os deputados federais Carlos Zarattini, Jilmar Tatto e Arlindo Chinaglia. Além deles, cogita-se a possibilidade do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, reivindicar o posto. O partido trabalha com a perspectiva de definir o candidato até o final deste ano
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