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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

PETROBRAS DEFINE VALORES E PODE CAPTAR ATÉ R$ 120 BI




Petrobras vai captar até R$ 120 bilhões
Autor(es): Graziella Valenti e Fernando Torres
Valor Econômico - 24/09/2010



As ações ordinárias da Petrobras (com direito a voto) serão vendidas a R$ 29,65 e as preferenciais, a R$ 26,30, na maior oferta pública já realizada em toda a história. As ordinárias tiveram um desconto de 1,98% em relação ao fechamento de ontem e as preferenciais, de 1,87%. A companhia contrariou a expectativa do mercado e não vendeu integralmente o lote adicional de 20% do valor da oferta e sim 8,57%. Isso pode ser resultado de uma demanda não tão alta como se dizia ou então de decisão da empresa de não atender todo o mercado, a fim de estimular uma alta das ações a partir de hoje.

Sem contar o lote suplementar, de 5% da oferta, que também foi registrado e pode ou não ser vendido até 25 de outubro, a oferta vai movimentar R$ 115,05 bilhões. Se esse volume extra for mesmo vendido, a operação pode chegar aos R$ 120,36 bilhões. A informação sobre se houve ou não rateio na oferta destinada aos pequenos investidores será conhecida hoje, com a publicação do anúncio de início da operação. Também não é possível dizer, ainda, se a União conseguiu colocar os R$ 74,8 bilhões pretendidos na operação.



A Petrobras determinou na noite de ontem a que preço serão vendidas as ações da companhia em uma das maiores ofertas públicas já realizadas, que pode chegar a R$ 120,36 bilhões, com a emissão de 2,4 bilhões de ações ordinárias e de 1,8 bilhões de papéis preferenciais.
A ação ordinária, com direito a voto, será vendida a R$ 29,65, com desconto de 1,98% em relação ao fechamento de ontem. Cada papel preferencial, sem voto, sairá a R$ 26,30 na oferta, valor 1,87% menor que a cotação de quinta-feira.

Ao contrário do que era a expectativa do mercado ontem durante o dia, a empresa não vendeu integralmente o lote adicional, de 20% do valor da oferta, conforme os dados disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O lote teria ficado em 8,57% da oferta.

Isso pode ser resultado tanto de uma demanda não tão alta como se dizia ou então da decisão da empresa de não atender todo o mercado, a fim de estimular uma alta a partir de hoje.

Mesmo assim, a operação coloca a Petrobras disparada como a maior empresa do mercado brasileiro. Com isso, capitalização da estatal pode subir, numa só tacada, dos R$ 252,6 bilhões do fechamento de ontem para R$ 370 bilhões. A segunda maior empresa é a Vale, avaliada ontem em R$ 248,1 bilhões.

Entretanto, ainda estaria longe da máxima já alcançada pela companhia. Num fechamento de mês, o maior valor já registrado ocorreu em maio de 2008, quando valia mais de R$ 470 bilhões.

Sem contar o lote suplementar, de 5% da oferta, que também foi registrado, mas pode ou não ser exercido até 25 de outubro, a oferta vai movimentar R$ 115,05 bilhões. Se esse volume extra for mesmo vendido, a operação pode chegar aos R$ 120,36 bilhões.

Tendo em conta o dólar de ontem, R$ 1,72, a oferta tem potencial para somar US$ 69,98 bilhões, que se equipara à maior distribuição pública de ações até então, a da japonesa Nippon Telephone & Telegraph, feita em 1987, no valor de US$ 36,8 bilhões - cerca de US$ 70 bilhões em valores atualizados.

A informação sobre se houve ou não rateio na oferta destinada aos pequenos investidores será conhecida hoje, com a publicação do anúncio de início da operação. Também não é possível dizer, ainda, se a União conseguiu colocar os R$ 74,8 bilhões pretendidos na operação, seja via Tesouro Nacional, ou por meio do BNDES, Fundo Soberano do Brasil ou Caixa Econômica Federal.

Caso realmente tenha colocado, sua fatia no capital da Petrobras subirá dos atuais 39,8% para cerca de 47%, a depender do exercício do lote suplementar e também da distribuição entre ações ordinárias e preferenciais compradas.

Do dinheiro total levantado na oferta, R$ 74,8 bilhões (mesmo volume que o governo pretendia aportar) serão usados para a compra dos direitos de exploração de 5 bilhões de barris de óleo equivalente de sete áreas da camada pré-sal, conforme o contrato de cessão onerosa.

A diferença, que deve ficar entre R$ 40,24 bilhões e R$ 45,55 bilhões, vai para o caixa da estatal, que tem um plano de investimento de US$ 224 bilhões para os próximos cinco anos. Esse volume não inclui o total que será necessário para explorar os 5 bilhões de barris comprados na operação casada com a capitalização.

Os novos recibos de ações (ADRs) que foram emitidos na capitalização começam a ser negociados a partir de hoje pelos investidores estrangeiros na bolsa de Nova York. Já os papéis que foram vendidos na parcela brasileira da oferta só estarão disponíveis para os investidores locais na segunda-feira. A liquidação financeira da operação será no dia 29.

A alta dos papéis da Petrobras ontem surpreendeu o mercado, dado que o mais comum é que as ações caiam no dia em que se recebe as últimas ordens de compra em uma oferta pública.

Os investidores tendem a pressionar as cotações para baixo, com a expectativa de comprar as ações em condições mais favoráveis. A praxe é que a ação seja vendida abaixo do preço de fechamento de mercado, ou no máximo pela mesma cotação.

As explicações dos especialistas sobre o movimento atípico de ontem variavam. Uma delas é de que os investidores, ao perceberem que a demanda era boa, concluíram que não conseguiriam comprar todos os papéis desejados, e se anteciparam para adquiri-los diretamente no mercado. Isso teria sido feito especialmente pelos investidores locais, que tiveram presença maior na parcela prioritária da oferta, equivalente a 80% do total (sem incluir os lotes extras), que foi destinada aos atuais acionistas.

Nessa parcela da oferta os investidores tinham opção de apontar um valor máximo pelo qual comprariam cada ação. Alguns teriam colocado preços que estavam bem abaixo da cotação de ontem e viram que não teriam os pedidos de reserva aceitos. Assim, foram a mercado em busca das ações.

A preocupação de não ter os papéis da Petrobras em quantidade suficiente em carteira se explica pelo peso que a ação tem não apenas no Ibovespa, mas também no IBrX, muito usado por fundos de pensão, e índice MSCI, preferido dos estrangeiros. Nesses dois últimos, o aumento de peso provocado pela oferta é imediato. E ninguém quer ficar com uma carteira muito longe do referencial.

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