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sábado, 11 de junho de 2011

IDELI VAI PARA RELAÇÕES INSTITUCIONAIS; LUIZ SÉRGIO ASSUME PESCA


Alan Marques -10.jun.2011/Folhapress

Do Portal "Vermelho"

A presidente Dilma Rousseff decidiu nesta sexta-feira (10) trocar a articulação política de seu governo e optou por uma solução caseira. A atual ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti (PT-SC), vai ocupar a Secretaria de Relações Institucionais. Já o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio (PT-RJ), foi designado para a Pesca.
Foi a segunda mudança no ministério de Dilma. Na terça-feira, Antonio Palocci foi substituído na Casa Civil pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). A troca de Ideli por Luiz Sérgio foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Relações Institucionais.

A atuação de Luiz Sérgio já vinha sendo criticada no Congresso Nacional. Na prática, o diálogo do governo com a Câmara e o Senado estava sendo conduzido mais por Palocci, que deixou o governo em meio às denúncias de enriquecimento ilícito, devido ao aumento de seu patrimônio nos últimos anos.

Como a nova ministra da Casa Civil tem um perfil muito mais técnico que político, a Secretaria de Relações Institucionais passará a ter um protagonismo maior no governo. Por isso, o Palácio do Planalto buscou Ideli para substituir o desgastado Luiz Sérgio.

Lula, o PT e o governo

Na opinião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma voltou a deixar sua marca e mostrou ser “senhora da situação”. Não há hipótese de o PT impor nomes, diz Lula. “Quem não conhece a presidente Dilma Rousseff vai aprender uma coisa: jamais alguém a obrigará a fazer uma coisa que ela não queira fazer", afirmou, após encontro, na capital paulista, com o presidente eleito do Peru, Ollanta Humala.

Segundo Lula, durante seus oito anos de governo, os petistas nunca tiveram poder de decisão no Planalto. "O PT não irá impor ministro para ela como nunca impôs para mim", ressaltou Lula, classificando como “menor” o impasse em torno da articulação política do atual governo. "Nenhum probleminha conjuntural vai atrapalhar o projeto estrutural da companheira Dilma neste país", garantiu.

A indicação de Ideli, porém, configurou uma derrota estrepitosa para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) — que perdeu a vaga no ministério não apenas para Ideli Salvatti (PT-SC), mas para seu próprio partido. Em conversa com o vice-presidente Michel Temer, Dilma confidenciou que tinha dificuldade de emplacar o nome de Vaccarezza em razão do racha que vive o PT na Câmara.

Ficou no ar a seguinte dúvida: como Vaccarezza poderia ser o novo articulador do Planalto com o Congresso em meio a uma guerra dentro do próprio partido? Os conflitos se arrastam desde a primeira derrota de Vaccarezza dentro do PT, quando ele disputou a presidência da Câmara. Apesar de favorito, ele perdeu a vaga para o grupo do líder do PT, Paulo Teixeira (SP), que elegeu Marco Maia (PT-RS) para o comando da Câmara.

Essa divisão — que se manteve nos bastidores — não apenas derrubou por terra o sonho de Vaccarezza em assumir a vaga de Luiz Sérgio como expos os pontos fracos do PT. “Está fraco porque está dividido”, diz integrante da cúpula do partido.

Marco Maia, Paulo Teixeira e Vaccarezza até tentaram fazer um gesto de que tudo estava bem, ao darem juntos declarações de união, no final da tarde desta quinta-feira (9). A encenação não convenceu.

A nova ministra

Líder do governo no Senado por duas vezes nos mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ideli Salvatti, de 59 anos, nasceu em São Paulo, embora tenha feito carreira política em Santa Catarina. Ela foi fundadora do PT catarinense, cumpriu dois mandatos como deputada estadual (1995-1999 e 1999-2003) e, em 2002, se tornou a primeira mulher a ser eleita senadora no estado.

No ano passado, disputou o governo catarinense, mas não conseguiu chegar ao segundo turno. Ficou em terceiro lugar na eleição vencida pelo candidato do DEM, Raimundo Colombo. No Congresso, construiu a imagem de “parlamentar aguerrida”, que sempre defendeu os interesses do governo Lula, mesmo quando isso lhe causou problemas diante do eleitorado.

Em janeiro, Ideli foi nomeada por Dilma para o Ministério da Pesca e Aquicultura. Licenciada em física pela Universidade Federal do Paraná, a nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais é casada e tem dois filhos.

Da Redação, com agências

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