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segunda-feira, 17 de maio de 2010

DILMA DEFENDE NOVOS RECURSOS PARA A SAÚDE

Dilma defende novos recursos para saúde

Em entrevista a CBN, Dilma critica extinção da CPMF e defende novos recursos para saúde

Sérgio Roxo – Portal O Globo

A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, em entrevista à CBN nesta segunda-feira criticou a extinção da CPMF e defendeu novos recursos para saúde – Foto Marcos Alves/ O Globo

SÃO PAULO e RIO – A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Roussef, criticou em entrevista à CBN nesta segunda-feira o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A ex-ministra afirmou que os recursos que deixaram de ser arrecadados com o fim do tributo precisarão ser recompostos, mas disse ter dúvidas se é ou não necessário criar um novo tributo.

” Não vi resultados práticos no que se refere ao bolso do consumidor “

- Me estarreço pelo fato de ter sido feita toda uma campanha pela CPMF (pelo fim) e não vi resultados práticos no que se refere ao bolso do consumidor (com a queda da CPMF). Acho que houve uma perda de capacidade de fiscalização quando a CPMF caiu. E uma questão que consiredo séria: a perda de R$ 40 bilhões para se aplicar em saúde no Brasil – afirmou Dilma.

- Acho que vamos ter que ser responsáveis, vai ter que aumentar recursos para saúde. É impossível ter melhoria na saúde no Brasil se não tiver recomposição das fontes de financiamento – completou.

” É impossível ter melhoria na saúde no Brasil se não tiver recomposição das fontes de financiamento “

A pré-candidata descartou, porém, a volta da CPMF:

- Não é necessariamente a volta da CPMF, mas há que regulamentar o artigo 29 e garantir que haja os recursos.

Perguntada como os recursos seriam obtidos, Dilma afirmou que existem dois caminhos: retirar recursos de outras áreas para aplicar em saúde ou “de outra fonte tributária”. Ela disse ainda que “deve tentar” recuperar a quantia perdida sem criar impostos.

- Uma parte vem da recomposição de outras receitas ou você tira de outras fontes tributárias. Agora, isso é uma negociação que vai passar necessariamente pelo Congresso e pela sociedade – explicou a petista.

- Acho que deve tentar (aumentar recursos sem elevar a carga tributária). Não sei se é possível – acrescentou.
Pré-candidata diz preferir ‘ajuste sistemático’ a reforma da Previdência

Dilma defendeu também o ajuste sistemático da Previdência Social em vez de uma grande reforma. Segundo a petista, nos países em que a reforma foi implantada houve problemas nas contas da Previdência.

- Defendo que se ajuste a Previdência sistematicamente. Aumentou expectativa de vida, vamos ter que fazer ajuste para que a Previdência dê conta. Discutir com a sociedade a mudança de regras – afirmou Dilma.
Dilma rebate críticas de Serra sobre aparelhamento do Estado

Ainda durante a entrevista, Dilma rebateu as acusações de seu principal adversário, o tucano José Serra, de que as agências reguladoras foram aparelhadas pelo PT. Ela lembrou que a presidência da agência de transportes do estado de São Paulo é ocupada por um deputado federal do PSDB.

- Nem por isso vou dizer que é aparelhamento.

A pré-candidata se definiu ainda como uma candidata de esquerda, o mesmo posicionamento adotado por Serra na semana passada durante entrevista à CBN.

- Sou uma candidata com uma trajetória de esquerda. Agora, sobretudo sou a candidata de um projeto que mudou o modelo de desenvolvimento econômico deste país. Crescer distribuindo renda. Acho que isso é a coisa mais de esquerda que tem no Brasil – defendeu.

No fim da sabatina a petista cometeu uma gafe ao comentar a possibilidade de Michel Temer (PMDB) ser vice em sua chapa. Ela o chamou de presidente do Senado e não da Câmara dos Deputados

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